ORÇAMENTO 2025

Comissão de Orçamento lê relatório, mas adia votação da LDO no Congresso 161u17

Comissão ainda aguarda uma posição do ministro Flávio Dino, do STF, sobre as emendas parlamentares para dar continuidade à discussão do orçamento o2419

Por Lara Alves
Publicado em 27 de novembro de 2024 | 18:34
 
 
Presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), indicou que o ministro Flávio Dino se posicionará sobre as emendas na sexta-feira (29) Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

BRASÍLIA — A sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às novas regras das emendas destravou as negociações sobre o Orçamento 2025 no Congresso Nacional, e a Comissão Mista de Orçamento (CMO) deu início nesta quarta-feira (27) às discussões sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 

A articulação, contudo, segue em ritmo lento — à espera de uma definição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino sobre a questão das emendas. 

O relator, senador Confúcio Moura (MDB-TO), leu o parecer preliminar da lei de diretrizes nesta quarta-feira, mas a proposta só irá à votação nas próximas sessões, segundo informou o presidente da CMO, deputado Julio Arcoverde (PP-PI). “Foi feito acordo de liderança para a gente deliberar o projeto da LDO nas sessões subsequentes marcadas pela comissão”, disse antes de pôr a reunião em suspenso. 

O acerto firmado pelo colégio de líderes é que a lei com as diretrizes orçamentárias para 2025 só irá à votação quando o ime sobre as emendas estiver resolvido. “A comissão age com a prudência, sim, necessária de lermos o relatório, mas não votarmos hoje [quarta-feira], porque nós ainda estamos sob a égide do autoritarismo e não há equilíbrio entre os poderes”, criticou o deputado Domingos Sávio (PL-MG). 

Suspensão de emendas e exigências do STF travaram orçamento  693s1z

Pelo regimento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias deveria ser votada no primeiro semestre — o que não ocorreu. A expectativa de colocá-la para votação após o recesso parlamentar, em agosto, foi frustrada tanto pelas eleições municipais quanto por uma decisão do ministro Flávio Dino que, naquele mês, determinou a suspensão do pagamento das emendas por falta de transparência e de rastreabilidade. 

A posição do ministro do STF obrigou o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto a costurarem um Projeto de Lei Complementar (PLP) que apresentasse novas regras para o pagamento das emendas parlamentares. Essa proposta recebeu sanção do presidente Lula nessa terça-feira (26), e há indicativo, segundo o presidente da CMO, que as emendas serão liberadas na sexta-feira (29). 

A liberação desses recursos significa que o ministro aceitou as mudanças feitas pelo Congresso Nacional, entendendo que elas são suficientes para contornar as falhas de transparência e rastreabilidade. O contrário também é real: se o ministro rejeitar as alterações, o Legislativo precisará de um novo PLP, o que impediria a votação da LDO.