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Por que a Comissão de Relações Exteriores é prioridade para PL e Eduardo Bolsonaro?
Presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) reunirá colégio de líderes nesta quinta-feira (13) para concluir distribuição das comissões da Câmara dos Deputados
BRASÍLIA — Irredutível, a bancada do PL não abdicará da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, e as articulações nos bastidores indicam que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assumirá a presidência do colegiado em eleição na terça-feira (18).
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), negociou meios para impedir, mas a estratégia não deu certo, e o êxito do PL na briga se consolidará em reunião com o colégio de líderes e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta-feira (13).
Por que a Comissão de Relações Exteriores é prioridade para o PL?
Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e a retenção do aporte dele por definição da Justiça Brasileira, Eduardo Bolsonaro é o principal representante do pai no circuito da direita nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa.
O deputado transita entre lideranças radicais e mantém diálogo com Steve Bannon, estrategista de Donald Trump, e o argentino Javier Milei. É também Eduardo quem articula a edição brasileira do AC, uma conferência internacional que reúne figuras do espectro mais conservador.
As movimentações do deputado não se restringem aí. Ele lidera um ataque da oposição brasileira em território norte-americano à caça de apoio para Jair Bolsonaro contra as ações que ele enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF). Internamente no partido, Eduardo Bolsonaro é cotado para substituir o pai na eleição de 2026.
Por que o PL saiu na frente do PT?
O Partido Liberal detém a maior bancada da Câmara dos Deputados com 93 parlamentares. Um acordo firmado no início da legislatura garante que o partido com mais representatividade seja o primeiro a pedir a comissão que preferir no início de cada ano — o acordo também prevê, por exemplo, uma rotatividade para evitar que um partido ocupe uma comissão por mais de um ano.
O primeiro a pedir é, portanto, o PL. Neste ano, o partido mirou diretamente a Comissão de Relações Exteriores. E é por isso que a derrota do PT é tratada como certa e irreversível. Os governistas articulam, agora, estratégias para tentar minimizar a atuação de Eduardo Bolsonaro no colegiado.
Ataques e contra-ataques
A indisposição entre base e oposição em torno da comissão se acentuou com uma série de ofensivas e contra-ataques trocados entre os grupos. Os deputados do PT acionaram o Conselho de Ética da Câmara e a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo, acusando-o de constranger o Supremo Tribunal Federal (STF) e embaraçar as investigações do ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito da tentativa de golpe de Estado. O líder Lindbergh Farias ainda pediu que a PGR solicite ao STF o recolhimento do aporte do deputado.
Em retaliação, o líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), pediu uma reunião com o procurador-geral Paulo Gonet Branco. E o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), apresentou um Projeto de Lei (PL) para proibir a aplicação de medidas cautelares a integrantes do Congresso Nacional.