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Após críticas, base governista no Senado sai em defesa de Marina Silva
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner minimizou episódio de ataques durante audiência: 'Calor do debate' e 'discussão isolada'
BRASÍLIA - Senadores da base governista saíram em defesa da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, depois de ela sofrer ataques em audiência no Senado. Criticado por não sair em defesa de Marina, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), minimizou o episódio e chamou de "discussão isolada", fruto do "calor do debate".
O petista também 'ou pano' para os embates da ministra com o senador Omar Aziz (PSD-AM) e afirmou que não estava na comissão no momento das discussões.
"Na minha opinião a ministra estava muito bem, esclarecendo a todas as perguntas, respondendo a todas as questões, mas é óbvio que num momento ou outro, sobe a temperatura, mas não vi nada", disse Jaques, durante discurso no plenário no Senado.
"A ministra também falou alguma coisa que o senador Omar se sentiu ofendido. Mas eu acho que isso é do calor do debate", acrescentou.
A base do governo tem sido questionada por não ter saído em defesa de Marina na comissão. No plenário, o líder do PT no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), também se manifestou sobre o assunto e condenou o episódio de "machismo" e "misoginia".
"O que não pode ser tolerado por nós, por quem quer que seja, por este Parlamento, é a insistência do machismo e o atravessar da linha tênue do debate político para a agressão", afirmou.
"Não é aceitável reiterados traços de misoginia e de machismo", continuou.
"E é por isso que eu acho que todos aqueles que se comportaram ando do limite, dizendo termos como "ponha-se no seu lugar" - porque acredito que lugar de mulher é na vida pública, lugar de Ministra é dirigindo ministérios como o Ministério do Meio Ambiente, lugar das mulheres é o lugar que elas devem ter reivindicado no seio da sociedade brasileira, por serem, inclusive, a maioria da sociedade brasileira - ou termos como "não respeito como mulher", devem ser da nossa parte totalmente condenados".
'Eu não sou uma mulher submissa', diz Marina Silva
Marina Silva deixou a sessão da Comissão de Infraestrutura depois de uma série de discussões acaloradas. A ministra discutia com o senador Omar Aziz sobre a aprovação do projeto de lei do novo licenciamento ambiental, quando o senador Marcos Rogério (PL-RO), que preside a comissão, tentou interromper o debate.
Marina se incomodou com a postura de Rogério e seguiu falando fora do microfone, quando o senador ironizou: “Essa é a educação da ministra Marina Silva. Mas não vou me intimidar, não.”
“O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou”, respondeu Marina. Em seguida, Marcos Rogério retrucou: “Agora é sexismo, ministra? Me respeite. Se ponha no teu lugar”, provocando reações de parlamentares da base do governo, como a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Neste momento, começou um bate-boca generalizado na sala da comissão. “Ponha-se o senhor. Desrespeito com a ministra”, disse Eliziane. “Se vossa excelência está me chamando de sexista, não sou sexista. Vossa excelência veio a essa comissão para tumultuar”, complementou Rogério.
Em sua fala, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que “a mulher merece respeito, a ministra não”. Marina Silva lembrou ainda que o senador, em outra ocasião, chegou a falar em "enforcá-la".
"Sou ministra de Meio Ambiente, foi nessa condição que eu fui convidada e ouvir um senador dizer que não me respeita como ministra, eu não poderia ter outra atitude", disse Marina Silva, em coletiva após a audiência.
Mais cedo, em entrevista, ela também relatou que recebeu ligação do presidente Lula e avaliou que saiu "mais fortalecida" desse episódio, apesar de ter se sentido agredida. “Eu saí dali mais fortalecida. Eles não conseguiram me intimidar”, disse. “Ninguém vai dizer qual é o meu lugar”.