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Eduardo Leite abandona PSDB em meio à extinção do partido e confirma filiação ao PSD de Kassab
Tucanos negociam fusão com Podemos; com a saída do governador do RS, partido terá perdido dois ativos políticos para o PSD: Eduardo Leite e Raquel Lyra

BRASÍLIA — Após meses de articulação, Eduardo Leite abandonou o PSDB e se filiará ao PSD do cacique Gilberto Kassab em cerimônia na direção nacional do partido em São Paulo nesta sexta-feira (9). O governador do Rio Grande do Sul se despede dos tucanos em meio à extinção do partido, que negocia uma fusão com o Podemos. Leite não é o único político a trocar o tucanato pelo partido de Kassab. Antes dele, Raquel Lyra, governadora de Pernambuco, também migrou do PSDB para o PSD.
Na última eleição, o PSD se tornou o maior partido municipalista do Brasil, e Kassab avança em uma grande ofensiva para consolidar a sigla como a mais importante do país. As estratégias são diversas: da captura dos dois principais ativos políticos do PSDB — Lyra e Leite — à filiação em massa de blogueiros e empresários.
Na segunda-feira (5), o PSD filiou o cantor MC Gui, a professora Paola Machado e o médico Fernando Gomes, coordenador do ambulatório de doenças do Hospital das Clínicas. Eles acumulam milhões de seguidores nas redes sociais. O partido também mira políticos e empresários.
Kassab quer ampliar a bancada do PSD no Congresso Nacional na próxima eleição, e não descarta lançar um nome próprio para a disputa presidencial. O partido é uma das poucas legendas que não têm discutido federações ou fusões — o PSDB busca a fusão; União Brasil e PP se federaram; outras siglas também analisam essas possibilidades, como PDT, Cidadania e PSB.
Hoje, o PSD já é o maior partido do Senado: são 14 senadores diante dos 81; o ex-presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, é filiado ao PSD de Minas Gerais, e o presidente da comissão mais importante do Senado, a Comissão de Constituição e Justiça, também é do partido: Otto Alencar (BA). Na Câmara, o PSD é dono de uma das maiores bancadas com 45 deputados.
Antes de a filiação, Eduardo Leite se despediu do PSDB com uma carta ao tucanato. Ele se disse grato à sigla por acolhê-lo no início de sua trajetória política e afirmou que a saída não significa um rompimento com seus valores. “As circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos”, escreveu em carta antecipada pela coluna Radar da Veja.
Após o anúncio de Leite, o PSDB se manifestou sobre a decisão do governador de se afastar da sigla. "Lamentamos que essa decisão ocorra exatamente no momento em que o PSDB está se reconstruindo", escreveu a Executiva do partido. Na mensagem, o diretório lembra ainda que o próprio Leite votou pela fusão com o Podemos. "Desde a sua fundação, o PSDB nunca escolheu o caminho mais fácil", completou.