CORTE DE GASTOS

Haddad promete pacote de corte de gastos ainda nesta semana, mas sai do Planalto sem definição

Ministério da Fazenda apresentou proposta, mas Casa Civil quer opinião e sugestão de outros ministros

Por Ana Paula Ramos
Publicado em 04 de novembro de 2024 | 19:55

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta segunda-feira (4) que o governo federal “estava pronto” para anunciar um pacote de corte de gastos.  

“Como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, acredito que estejamos prontos nessa semana para anunciar. [...] O presidente ou o fim de semana trabalhando no assunto, pediu que técnicos viessem a Brasília para apresentar detalhes a ele. Penso que estamos na reta final”, disse. 

A declaração foi dada antes de reunião de Haddad com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, e ministros da Educação, Saúde e Trabalho, para tratar do assunto. Após o encontro, que aconteceu na tarde desta segunda-feira, Haddad saiu sem falar com a imprensa. 

De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, durante a reunião, foram apresentados o quadro fiscal do país e as propostas da equipe econômica para os cortes de gastos. Na próxima terça-feira (5), outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que possam opinar. 

“O Ministério da Fazenda informa que na reunião desta segunda-feira (4), o quadro fiscal do País foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão. Nesta terça (5), outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que também possam opinar e contribuir no âmbito das mesmas informações”, diz a nota. 

Fernando Haddad cancelou uma viagem à Europa nesta semana para se “dedicar a assuntos domésticos”, atendendo a pedido do presidente Lula, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, no domingo (3). 

Na sexta-feira (1º), o dólar chegou a R$ 5,87 e bateu o maior patamar desde maio de 2020. Um dos fatores apontados pelo mercado financeiro é a desconfiança com o equilíbrio das contas públicas do governo. 

Diante desse cenário, a equipe econômica prepara medidas de contenção dos gastos públicos, como um limite para despesas obrigatórias para preservar as regras previstas no arcabouço fiscal.