BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou a Brasília nesta quinta-feira (19), por volta das 12h50, após ar dez dias em São Paulo para se recuperar de dois procedimentos realizados na cabeça devido a uma hemorragia intracraniana.
Durante a manhã, o petista realizou um novo exame de imagem no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e foi liberado pela equipe médica para retornar à capital federal. O cardiologista Roberto Kalil Filho informou que o resultado foi "satisfatório" e que o presidente está apto a retomar suas atividades.
O médico pessoal do presidente acrescentou que Lula recebeu a orientação de evitar exercícios físicos nas próximas semanas, embora a parte cognitiva esteja perfeita. "O hematoma não existe mais e foi um controle tomográfico após uma cirurgia desse porte”, garantiu.
Após a alta, Lula embarcou no Aeroporto de Congonhas em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), acompanhado da médica Ana Helena Germoglio, infectologista e médica da Presidência da República, que continuará acompanhando o estado de saúde do presidente. Um novo exame deve ser feito daqui há 10 dias.
Não há compromissos oficiais previstos na agenda do presidente para esta quinta-feira, mas ele deve permanecer no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, onde pode receber visitas de ministros e auxiliares, como já vinha fazendo nos últimos dias em São Paulo.
Lula deve comandar na tarde desta sexta-feira (20) uma reunião ministerial de fim de ano, no Palácio da Alvorada. Devido à recuperação do presidente, o evento teve de ser adaptado e será menos formal, em formato mais semelhante a uma “confraternização”.
Além disso, nas próximas semanas, há uma expectativa de que o petista utilize com mais frequência o Alvorada para despachos e reuniões. Ministros já defenderam que ele reduza sua carga de trabalho devido à idade avançada e aos últimos problemas de saúde.
Lula procurou atendimento médico na noite do dia 9 de dezembro, depois de ar o dia indisposto e sentir dores de cabeça. Uma ressonância magnética realizada no Hospital Sírio-Libanêse, em Brasília, mostrou uma hemorragia intracraniana, consequência da queda que o presidente sofreu no Palácio da Alvorada em 19 de outubro.
Ele foi transferido para o Sírio-Libanês em São Paulo e, onde na mesma noite (9) ou por uma cirurgia para drenar o hematoma intracraniano. A intervenção, chamada de trepanação, consiste na realização de uma perfuração no crânio para ar a parte cerebral.
A operação ocorreu sem intercorrências, mas Lula permaneceu monitorado na UTI. Na quinta-feira (12), foi realizado um procedimento complementar para evitar novos sangramentos: a embolização da artéria meníngea média, que interrompe o fluxo sanguíneo em uma área específica, parte do protocolo em casos como o do presidente.
No mesmo dia, ele teve retirado o dreno intracraniano colocado na primeira cirurgia. Ja na última sexta-feira (13), Lula ou a ser monitorado de forma menos rígida, quando deixou a UTI. O acompanhamento ou a ser feito com intervalos, ao invés de forma contínua, como anteriormente.
Em todas as atualizações médicas, foi informado que Lula estava "neurologicamente perfeito", "cognitivamente bem" e "apto a exercer qualquer tipo de trabalho", sem sequelas.