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Lula manda indireta a Musk na Assembleia da ONU e critica 'plataformas que se julgam acima da lei'
Presidente Lula abriu debates na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24) e disse que as leis precisam ser cumpridas no território brasileiro
BRASÍLIA — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou uma indireta para o bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X e da Starlink, durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nesta terça-feira (24). O petista defendeu o direito à liberdade e afirmou que, para mantê-la, é necessário submeter as plataformas digitais às leis do país.
"O futuro de nossa região a, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação. Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei", declarou. "A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras", acrescentou.
O brasileiro ainda se justificou dizendo que legislar e obrigar o cumprimento das leis são ações necessárias para manter a soberania do país. "Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital", alfinetou Lula.
O ime entre Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) parece próximo do fim, ainda que a rede social X esteja prestes a completar um mês fora do ar. Depois de rejeitar o cumprimento de sucessivas ordens determinadas pelo ministro Alexandre Silveira, Elon Musk indicou estar disposto a cumpri-las. O grupo responsável pela plataforma digital pagou as primeiras multas que devia à Justiça brasileira e indicou uma representante legal na última sexta-feira (20).
Lula repetiu temas caros a seus mandatos em discurso na Assembleia Geral da ONU
O presidente Lula abriu a série de debates na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira repetindo a cobrança aos países ricos por auxílio financeiro às nações mais pobres para cumprimento dos acordos climáticos firmados no âmbito internacional. Ele se debruçou em grande parte da declaração sobre os impactos das mudanças do clima citando as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio e os incêndios que engoliram parte do território brasileiro nos últimos três meses.
Lula prometeu que o Brasil firmará posição no combate aos crimes ambientais e garantiu que o país acabará com o desmatamento na Amazônia em seis anos. "Além de enfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental. Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e com o crime organizado. Reduzimos o desmatamento na Amazônia em 50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030", declarou repetindo, em seguida, um compromisso com a transição energética e com a bioeconomia.
Esses são temas recorrentes neste terceiro mandato do petista à frente da presidência da República, e ganharam visibilidade principalmente depois que as Nações Unidas definiram o Brasil como sede da COP-30 — que ocorrerá em Belém, no Pará, em 2025. A redução da exploração dos combustíveis fósseis e a produção de hidrogênio verde também apareceram na declaração de Lula.
Agenda nos Estados Unidos começou na Cúpula do Futuro e segue até quarta-feira (25)
Este foi o segundo discurso do presidente durante a agenda em Nova Iorque. Temas como desigualdade de gênero, inteligência artificial e isolamento da América Latina também estiveram presentes na declaração do brasileiro, que, no domingo, Lula participou da primeira sessão da Cúpula do Futuro.
O brasileiro, à ocasião, reforçou a cobrança dirigida aos líderes mundiais por apoio no combate à fome e às mudanças climáticas. Ele também disse que os países fracassam no cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável previstas na Agenda 2030 da ONU — um pacto global que reúne objetivos como erradicação da pobreza e igualdade de gênero e devem ser atingidos em seis anos.
O presidente ainda cumpre agendas nos Estados Unidos antes de retornar a Brasília. Nesta terça-feira, Lula preside uma mesa redonda que discutirá os extremismos na política e se reunirá com os presidentes da Espanha, Pedro Sánchez, e da França, Emmanuel Macron. No dia seguinte, quarta-feira (25), o petista participa da sessão de abertura da reunião ministerial do G20. Depois, regressa ao Brasil.