BRASÍLIA - A bancada do PT na Câmara dos Deputados recorreu à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O líder do partido, Lindbergh Farias (PT-RJ), acusa o deputado de 'conspirar contra o Brasil nos Estados Unidos'.
O argumento da bancada na notícia-crime entregue ao procurador-geral, Paulo Gonet Branco, é que o filho de Jair Bolsonaro (PL) articula e incita ações de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação também foi entregue ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que ainda não deu início às atividades legislativas após o início do ano.
No documento, o PT indica que as três recentes idas de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos, desde a posse de Donald Trump, pretendiam estimular ações contra o ministro. “A prática imoral e reprovável do deputado configura uma tentativa de constranger não só um integrante de um dos Poderes, mas o próprio Poder Judiciário”, justifica.
Farias pede à PGR a instauração de um inquérito para investigar criminalmente as atitudes de Eduardo Bolsonaro, atribuindo a ele o crime de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e sugere ainda a prática de embaraço das investigações — analisando que as ações de Eduardo pretendem atrapalhar o processo no STF contra Jair Bolsonaro. O líder do PT quer, ainda, a apreensão do aporte de Eduardo.
A notícia-crime não é a única ação da ofensiva do PT contra o filho de Bolsonaro. A presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), também protocolou uma representação contra Eduardo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Ela alega que ele viola os deveres e obrigações dos deputados e sugere a cassação do mandato dele.
“Os ataques desferidos pelo representado [Eduardo] contra o país e contra um dos integrantes da Suprema Corte são ostensivamente enquadrados em conduta antiética e improba”, argumentou.
O deputado ainda não se manifestou sobre as acusações.