Brasil e China querem ‘unir suas vozes’ contra o protecionismo, diz Lula em recado a Trump

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento, nesta terça-feira (13), em que voltou a dar recados para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a criticar o “tarifaço” promovido pelo líder americano a outros países.

Ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, Lula disse que a relação entre Brasil e China “nunca foi tão necessária”, frente ao cenário da economia internacional.

“Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo. A defesa intransigente do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária”, disse.

Na última segunda-feira (12), também em Pequim, Lula afirmou que o protecionismo “pode levar à guerra”. As críticas do petista às medidas de Trump têm sido frequentes, ao o que o presidente brasileiro afirma que ainda não houve interesse em uma conversa com o americano.

“Guerras comerciais não têm vencedores. Elevam os preços, deprimem as economias e corrói a renda dos mais vulneráveis em todos os países. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio”, declarou Lula nesta terça-feira.

Lula encerra sua agenda oficial na China com uma reunião restrita com Xi Jinping, seguida de um jantar oferecido pelo presidente chinês. Na quarta-feira (14), o presidente e a comitiva brasileira retornam ao Brasil, após 7 dias de viagem. Antes, eles aram pela Rússia.

A viagem reforça a posição do líder brasileiro de priorizar agendas com países do Sul Global e do Brics, grupo do qual Brasil, Rússia e China são expoentes, ao lado de Índia e África do Sul. Neste ano, o encontro do bloco ocorre no Rio de Janeiro, no mês de julho.