-
‘Não somos bandidos’, diz Mourão a Moraes sobre se esconderia de Bolsonaro encontro com ministro
-
Com 7 pessoas, comitiva de Zema para El Salvador será custeada pelo Estado
-
Após fala polêmica, vereadora de SP associa negra a sapato barato
-
Prefeito de BH vai para Israel conhecer modelos de segurança
-
Dino alerta TSE para troca de 7 deputados após mudança nas sobras eleitorais
Lupi diz que vai subir em palanques de adversários do governo Lula em 2024
Ministro da Previdência e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, fez ‘fogo-amigo’ em Paulo Pimenta ao criticar falta de profissionalismo na comunicação do governo Lula

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que vai subir em palanques diferentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições municipais de 2024. Lupi, que é presidente licenciado do PDT, disse em entrevista ao O Globo, que a “eleição municipal não tem a ver com eleição nacional”.
“Não vamos estar no palanque do João Campos (PSB) em Recife. Eu desejo que o partido apoie o Túlio Gadelha (Rede). O Lula não vai estar no palanque do Túlio Gadelha, vai estar no palanque do João. Vamos ficar inimigos? Não, isso faz parte. Como é que vai ficar o PSB em São Paulo? A Tabata [Amaral] é candidata a prefeita, e lá estamos apoiando o PSOL pelo candidato. Sou amigo do [Guilherme] Boulos há muitos anos. A eleição municipal guarda a característica da realidade local. A nacional é que tem que ter uma definição macro”, declarou.
Carlos Lupi avaliou ainda que fechar uma federação com o PSDB, que é legenda de oposição ao governo federal, não criaria-saia justa, porque “Lula é pragmático”. Nesse sentido, listou legendas do Centrão e da oposição que têm pastas na Esplanada dos Ministérios.
“Olhe os partidos que estão no governo, União Brasil, PSD, MDB. Uma coisa é relação institucional que o governo precisa para ter um voto do Parlamento nas questões que são fundamentais. Não acho que isso atrapalhe, até porque o Lula é bem pragmático”, frisou Carlos Lupi ao jornal carioca.
Diferente de coligação partidária que tem validade apenas para determinada disputa eleitoral, a federação partidária possibilita que duas ou mais legendas atuem de forma unificada durante as eleições e na legislatura posterior. Na prática, os partidos devem permanecer com essa união por no mínimo quatro anos. O registro da federação partidária estabelece ainda que, no Legislativo, a entidade deve atuar como uma única bancada. Não é obrigatória a fusão das legendas.
O PDT tentou costurar uma federação com o PSB, mas não avançou. Tradicionalmente, as duas legendas são de centro-esquerda. Carlos Lupi disse que segue conversando com muitas legendas, inclusive com o próprio PSDB.
“Eu acho que só vai sair alguma federação depois da análise do resultado das eleições municipais. E vai ser mais ampla. Estou conversando com muitos partidos, Podemos, Solidariedade, Avante, PSDB e PSD. Não estamos fechando o diálogo com o PSB, que historicamente é mais próximo da gente”, completou.
Lupi faz 'fogo-amigo' em Paulo Pimenta ao falar que 'falta mais profissionalismo' na comunicação do governo Lula
A reunião ministerial da semana ada do presidente Lula com os ministros ainda continua gerando repercussão na Esplanada dos Ministérios. Ainda na entrevista ao O Globo, o ministro da Previdência declarou que existe uma falha clara na comunicação e que existe uma dificuldade de romper a bolha.
“Falta a todos nós a consciência de que temos que romper a bolha. Com essa polarização, temos dificuldades de nos adestrar na linguagem mais aceitável para quem está do outro lado, mas não se sente atraído por nós”, disse Carlos Lupi.
Durante a reunião ministerial, Lula fez cobranças duras aos auxiliares por mais unidade nas agendas e discursos. Uma das principais críticas é na área de comunicação, uma vez que quatro pesquisas de opinião pública mostraram queda do governo federal. Mesmo com tantas entregas, o Palácio do Planalto interpreta que as pessoas não estão sentindo, no dia a dia, os feitos do Executivo Federal na área econômica, saúde, assistência social, educação, entre outros.
O ministro da Previdência reconheceu que existe uma falha geral entre os demais colegas de não conseguirem furar esta bolha e de comunicarem, sobretudo, com aqueles que são avesso ao governo federal.
Ao criticar a comunicação oficial do governo do PT, Carlos Lupi acabou abrindo fogo-amigo em um colega de Esplanada dos Ministérios - Paulo Pimenta, que comanda a pasta da Comunicação Social.
“Nós estamos muito atrasados. Acho que falta mais profissionalismo, falta ter uma comunicação que fale mais a linguagem do jovem. Essencialmente, esse público mais concentrado de rede social é jovem. O que nós vamos fazer a partir de agora, que está combinado, é cada um de nós levar ideias e projetos para divulgar os feitos do governo. Em outros governos, nós tínhamos uma equipe mais azeitada nessa área de comunicação”, afirmou.