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Por não conhecer procuradores, Lula adia indicação do substituto de Aras na PGR
Presidente da República não reconheceu ainda um nome de confiança entre os novos grupos de procuradores, já bem diferentes dos que ele lidava quando deixou a presciência em 2010

Primeiro era a agenda internacional, com frequentes viagens ao exterior em um esforço para levar de volta o Brasil ao cenário político internacional. Depois a cirurgia no quadril, que rendeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma internação e um resguardo no Palácio do Alvorada, distante de reuniões e grandes esforços. Agora é o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, responsável por mobilizar esforços e negociações diplomáticas do governo federal no resgate de brasileiros em áreas de ataques.
Essas questões emergenciais vêm sendo tratadas por interlocutores do Palácio do Planalto como responsáveis para que o presidente adie a indicação de um substituto de Antônio Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). O que ocorre, no entanto, é que o petista não encontrou ainda um nome com quem possa ter interlocução direta e irrestrita, além da confiança para o tratamento de causas caras ao governo e ao seu eleitorado. E essa dificuldade esbarra em uma única questão: Lula não conhece mais a turma que está na PGR.
Ao longo dos últimos 12 anos, grande parte dos procuradores, que eram atuantes no órgão entre 2003 e 2010 e conhecidos por Lula, já não está mais lá. “A grande dificuldade do presidente Lula é que ele já não conhece mais ninguém [de sua confiança] no Ministério Público Federal. A maioria já se aposentou ou já está menos atuante na carreira, o que vem exigindo dele muito mais conversas e apresentações”, aponta o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Ubiratan Cazetta.
De fato, Lula tem tentado ouvir de quem pode conselhos para sua melhor escolha. A missão não está sendo simples, ainda mais no pré - com dores constantes - e no pós-cirúrgico.
O vice-procurador-geral da República é José Bonifácio Borges de Andrada. Mas com o término do mandado de Aras, em 26 de setembro de 2023, quem assumiu interinamente o comando da PGR foi a vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, Elizeta Ramos. Com cerca de 40 anos de carreira no MP, entre estadual e federal, a procuradora tem desempenhado um papel considerado “sóbrio” pelos seus pares, o que dá ao presidente Lula mais fôlego para conhecer os procuradores a ele indicados e, só então, bater o martelo nessa decisão. “Todos na carreira sabem que ela [Elizeta] é experiente, além de franca e objetiva, sem partidarismos”, define outro procurador ouvido pela reportagem de O Tempo.
Qual o papel do PGR
O Ministério Público Federal é um órgão público independente, responsável por fiscalizar a atuação dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Por ser um grande órgão, o MP é dividido em instâncias menores para tratar de assuntos específicos, como o Ministério Público Estadual; o Ministério Público Federal; o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Militar.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) atua perante o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O procurador-geral é o chefe do Ministério Público Federal, estando hierarquicamente acima de todos os procuradores da República. Nessa posição, quem for escolhido pelo cargo será o principal líder e representante da instituição perante a sociedade brasileira e as demais instituições.
Entre as funções do PGR estão a de propor ações junto a tribunais superiores, além de projetos de lei. No Brasil, o salário médio de quem é escolhido para este cargo é de R$36.231. “Temos bons nomes na lista tríplice e qualquer um deles representará muito bem a categoria e servirá o país. A renovação é bem vinda, principalmente em um cargo público dessa magnitude”, defende o procurador Ubiratan Cazetta.