APÓS AUDIÊNCIA

Moraes mantém validade do acordo de delação premiada de Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro depôs por quase três horas ao ministro, relator de inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado em 2022

Por Hédio Júnior e Ana Paula Ramos
Atualizado em 21 de novembro de 2024 | 18:14

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu manter, nesta quinta-feira (21), o acordo de delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid.

"Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações seguem sob apuração das autoridades competentes", informou o STF. 

Veja o vídeo do momento em que Mauro Cid deixa o Supremo:

 

 

Já a defesa de Mauro Cid avaliou a audiência como "positiva" e negou haver contradições nas informações prestadas pelo militar.

Em seu depoimento nesta quinta-feira, ele foi questionado sobre omissões apontadas pela Polícia Federal na colaboração premiada do militar. Ele não informou, por exemplo, e ainda apagou do celular mensagens trocadas com militares da reserva sobre supostos planos golpistas no final de 2022. 

Na terça-feira, Cid já havia prestado depoimento na Polícia Federal e negou saber dos planos de atentados contra o Estado democrático em 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Pelo acordo de delação premiada, o tenente-coronel tem de colaborar com as autoridades e detalhar todas as informações a que teve o, com provas. Caso a colaboração fosse cancelada, ele perderia benefícios, como a prisão domiciliar, e poderia já sair preso do depoimento desta quinta-feira.

Mauro Cid foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira por tentativa de golpe de Estado. Com a apreensão de aparelhos eletrônicos dele, como celulares e notebooks, os agentes descobriram a organização criminosa que planejava as ações que incluíam matar autoridades. Os investigadores da PF conseguiram ar dados e documentos que haviam sido apagados do celular do tenente-coronel.