PRÓXIMOS DIAS

Moraes adia envio de relatório da PF com indiciamento de Bolsonaro e mais 36 à PGR

Relator do inquérito que investiga suposto plano de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder ainda analisa documento de 884 páginas: ‘não tem prazo’

Por Hédio Ferreira Júnior
Atualizado em 25 de novembro de 2024 | 16:57

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ainda avalia o relatório da Polícia Federal (PF) que indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por suposta participação em um plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder, no final de 2022. 

Com isso, o envio do documento de 884 páginas com o resultado das investigações policiais à Procuradoria-Geral da República (PGR), esperado, inicialmente, para esta segunda-feira (25), só deve ocorrer nos próximos dias. “Não tem prazo se hoje ou amanhã ou qual dia. Quando terminar”, informou uma fonte ligada ao gabinete de Moraes.

Além da suposta trama golpista voltada a impedir a diplomação do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do vice Geraldo Alckmin (PSD), a PF desvendou um plano para matá-los e impedi-los de tomar posse. Nessa trama, estaria incluído também o assassinato do próprio Alexandre de Moraes, que na época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por comandar as eleições presidenciais. 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, aguarda o envio do relatório por Moraes. A partir daí, caberá ao PGR decidir que destino dará a cada um dos indiciados, que são aqueles em que os policiais identificaram evidências contundentes de envolvimento no suposto atentado contra a democracia após a derrota de Bolsonaro nas eleições daquele ano.

Essa resposta só deve ser dada em 2025 diante da complexidade do relatório, do número de indiciados e do curto espaço de tempo para que tudo isso seja decidido em 2024. Isso porque o Poder Judiciário entra em recesso no dia 20 de dezembro e só retoma as atividades em 3 de fevereiro do ano que vem.

Além do inquérito do suposto golpe de Estado, Gonet vai analisar, conjuntamente, outros dois casos em que Bolsonaro é indiciado por suspeita de crime: o das joias sauditas e o de falsificação do cartão de vacinas.