BRASÍLIA - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (28) que novas informações podem ser reveladas sobre o plano criminoso que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  

“Estamos encerrando uma parte das investigações. Certamente agora esse processo irá ao Ministério Público e deve analisar o oferecimento da denúncia, o aprofundamento das investigações, em suma, há pessoas indiciadas, presas e, portanto, também pode haver novas informações”.  

A declaração foi dada por Gilmar Mendes a jornalista durante evento em Portugal. Segundo ele, é possível que haja “desdobramentos” após depoimento de acusados que foram presos e de indiciados. 

“É possível, por conta exatamente de haver pessoas presas e indiciados que serão ouvidos. Certamente virão novas informações. O que se diz é que este relatório ficou um pouco atrasado em razão de informações últimas que foram colhidas, então é possível que ainda haja desdobramento”, disse. 

Investigações da PF revelaram uma operação chamada “Punhal Verde e Amarelo”, coordenada por militares, que previa o uso de explosivos e veneno para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. 

Na terça-feira (26), o Supremo divulgou o relatório final da Polícia Federal que indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O magistrado considerou “grave” a participação de militares de alta patente na trama golpista e defendeu a proposta de emenda à Constituição (PEC) que proíba militares de disputarem eleições enquanto permanecem no serviço ativo das Forças Armadas. 

“Os fatos como estão relacionados no relatório da Polícia Federal são extremamente graves e mostram que figuras de alta patente dos militares se envolveram neste episódio”, disse a jornalistas. 

“Não significa que nós não devamos fazer reformas para que as chances que demos a isso, por exemplo, a militarização da istração, sejam reduzidas. Acho que isso é importante. Há uma proposta de PEC no Congresso Nacional sobre essa temática ou sobre despolitização das polícias que acho que precisa ser votada”, afirmou.