BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou nesta segunda-feira (16), por mais 180 dias, as investigações que apuram a divulgação de notícias falsas, ameaças, calúnias, difamações, injúrias e outras infrações que atinjam a segurança e a honorabilidade do STF e seus membros. 

O chamado inquérito das fake news também apura a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa de informações falsas nas redes sociais. 

A decisão de Moraes, que é o relator do caso na Corte, tem o objetivo de atender à necessidade de realização de novas diligências que aprofundem o modo de operar do que ficou conhecido como “gabinete do ódio”. O gerador de fake news e ataques às instituições teria supostamente se instalado no Palácio do Planalto durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro. 

“Com a finalidade de finalizar as investigações sobre a comprovação da existência, o financiamento e modus operandi do ‘Gabinete do Ódio’, bem como de todos os seus participantes, o Inq 4781 foi prorrogado pelo Ministro Alexandre de Moraes por 180 (cento e oitenta) dias, com a determinação de oitiva de mais 20 pessoas , a complementação da análise das informações obtidas mediante a quebra de sigilo fiscal e bancário e o término das diversas diligências em andamento na Polícia Federal", informou o comunicado divulgado pelo STF.

Desdobramentos e surgimento de novos acontecimentos

Em meados do ano, havia uma expectativa, declarada pelo próprio presidente do STF, Luís Roberto Barroso, de que as investigações do inquérito pudessem ser concluídas ainda em 2024. O surgimento de novos acontecimentos, como as invasões das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e a revelação de um suposto plano de golpe de Estado em 2022 trouxeram novos personagens e investigados. 

Durante o balanço das atividades do ano em 9 de dezembro, Barroso voltou atrás na previsão e disse que a duração de mais de cinco anos do inquérito se justifica porque “os fatos se multiplicaram”. Segundo ele, o que inicialmente mirava o extremismo acabou se desdobrando para os fatos ligados ao 8 de janeiro e uma suposta trama golpista.