7 DE SETEMBRO

Eduardo Bolsonaro chama Moraes de 'psicopata' e defende anistia dos presos do 8/1 em ato na Avenida Paulista

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro pedem impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante os protestos

Por Ana Paula Ramos
Atualizado em 07 de setembro de 2024 | 18:00

BRASÍLIA - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) iniciou os discursos no ato de 7 de Setembro que reúne aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo. A pauta de reivindicações inclui a anistia aos presos por atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O filho do ex-presidente chamou Moraes de "psicopata" ao mencionar decisões do ministro relacionadas aos presos do 8 de janeiro. "Um psicopata é capaz de colocar velinhas em uma cadeia por anos por capricho pessoal. Um psicopata é capaz de separar uma mãe de seus dois filhos", disse o deputado, acrescentando ainda que Moraes tinha um plano de colocá-lo na cadeia.

Eduardo citou presos do 8 de janeiro, como o empresário baiano Cleriston Pereira da Cunha, que morreu após ar mal na prisão, e Débora Rodrigues dos Santos, denunciada ao STF por ser flagrada escrevendo a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. 

“Os parlamentares brasileiros devem se organizar para tomar medidas efetivas contra esses crimes contra a nossa Constituição. O que está em jogo, meus amigos, não é dinheiro, mas sim a essência da liberdade. Cada um de nós aqui, nós temos o mesmo espírito do Elon Musk. O desejo de lutar pela liberdade, mesmo correndo o risco de sofrer injustamente por isso”, disse.

O filho 03 de Bolsonaro ainda endossou o pedido de impeachment contra Moraes cobrando do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a dar andamento ao pedido. 

“Todos nós preferimos perder tudo o que temos a, no futuro, olhar nos olhos dos nossos filhos e dizer que vivemos numa ditadura porque, no momento decisivo, os seus pais optaram pela neutralidade e pela omissão. Prezado presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, preste atenção nas minhas palavras: preferimos as lágrimas da derrota à vergonha de não ter lutado”, completou. 

 

Tarcísio pede a volta de Bolsonaro

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou neste sábado. O ex-ministro de Bolsonaro disse em sua fala sentir saudade do governo do ex-presidente e defendeu anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro. 

"Anistia é um remédio político. O Congresso pode nos dar esse remédio político. Nós merecemos isso", disse. O governador paulista, no entanto, não citou o magistrado em seu discurso. Ele falou de forma ampla sobre a importância de preservar “aquilo que é mais caro para nós, a liberdade". 

Em seguida, ao finalizar seu discurso, Tarcísio puxou um coro de "volta, Bolsonaro". O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível até 2030 em duas decisões do ano ado.

Nikolas chama Moraes de ‘tirano’ e 'criminoso'

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes como um “tirano” e “criminoso” durante seu discurso. O mineiro também chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de “covarde”, por não pautar o impeachment de Moraes. 

“Os homens do ado teriam vergonha de você, Pacheco. Os homens do presente sentem vergonha de você, Pacheco. E nós assegurarmos que os homens do futuro também sintam vergonha de você, Pacheco. Paute o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, seu covarde”.

Em seu discurso, o parlamentar ainda pediu anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro. Além disso, afirmou que o apoio da bancada do PL ao candidato que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escolher como sucessor estará condicionado à inclusão do projeto de Lei da Anistia na pauta do plenário. O partido conta com 92 deputados na Casa.

Atos do 7 de Setembro pedem impeachment de Moraes

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reúnem-se, neste sábado, na Avenida Paulista, em São Paulo em uma manifestação que tem como alvo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As manifestações foram convocadas no mês ado, após a publicação de mensagens de assessores de Moraes que mostraram que o ministro usou aparato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora do rito tradicional de pedido de serviços, para embasar decisões contra aliados do ex-presidente. 

O protesto ganhou mais força depois da decisão do juiz de suspender a rede social X do bilionário Elon Musk no Brasil. A medida foi tomada após a empresa descumprir uma determinação de Moraes para indicar um representante legal no país, conforme previsto na legislação.

Em um carro de som, Bolsonaro participa ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de seu filho Eduardo Bolsonaro. Também estão presentes no caminhão o pastor Silas Malafaia e parlamentares como os senadores Magno Malta (PL-ES) e Marcos Pontes (PL-SP), além dos deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Mario Frias (PL-SP) e Ricardo Sales (Novo-SP).

Pela manhã, o ex-presidente esteve em um hospital na capital paulista após sentir-se mal devido a uma gripe que o deixou sem voz, segundo seus assessores. Ele apresentou sintomas após retornar a São Paulo, depois de cumprir uma série de compromissos em Minas Gerais.

Ainda na sexta-feira (6), ele participou de um comício em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e focou seu discurso em críticas ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes.

"Iremos lá comemorar a independência porque não existe país independente com seu povo sem liberdade. Vamos desafiar o sistema que comecei a abrir suas vísceras há 6 anos. Nós mostramos para o Brasil o que é o STF. Aquele ministro do STF [Alexandre de Moraes] não dá mais, ele age como um obcecado para perseguir a minha pessoa”, discursou Bolsonaro.