NO STF

Zanin marca julgamento de denúncia do núcleo militar sobre tentativa de golpe para 8 e 9 de abril

Militares e agentes de segurança foram denunciados pela PGR por tramar um plano que envolvia assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

Por O Tempo Brasília
Atualizado em 18 de março de 2025 | 20:02

BRASÍLIA - O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para os dias 8 e 9 de abril o julgamento a denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra militares acusados de participar de suposto plano de golpe de Estado que envolveria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

Zanin é presidente da Primeira Turma do STF, responsável pela análise das denúncias que envolvem a tentativa de golpe. Também integram o colegiado os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux. Se a maioria dos cinco entender que a denúncia da PGR tem indícios de crimes, será aberta uma ação penal e os acusados vão virar réus.

Ao todo, a PGR acusa 34 pessoas pelos seguintes crimes:

  • organização criminosa armada;
  • golpe de Estado;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima;
  • deterioração de patrimônio tombado.

Os acusados foram divididos em cinco núcleos, conforme seu envolvimento na suposta trama golpista.

Nessa fase, serão julgados os acusados no denominado Núcleo 3. Segundo a Polícia Federal, esse grupo era responsável por “ações coercitivas” e foi formado por agentes e policiais que se alinharam à suposta trama golpista, que envolveria monitoramento, sequestro e até assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dos seu vice, Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a investigação, faziam parte desse grupo:

  • Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
  • Estevam Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército, era adido em Israel;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  • Marcio Nunes Resende Júnior
  • Nilson Diniz Rodriguez, general do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, major, integrante dos 'kids pretos', grupo das Forças Especiais do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo,
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
  • Sérgio Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel;
  • Wladimir Matos Soares.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou a denúncia ao STF após os advogados apresentarem suas defesas. A maioria pediu arquivamento da ação por falta de provas. Também houve alegação de cerceamento de defesa e de falta de competência do STF para analisar o caso. 

Mas o procurador-geral da República respondeu que a “denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias, explanando de forma compreensível e individualizada a conduta criminosa em tese adotada por cada um dos denunciados”.

O STF já marcou para 25 e 26 de março a análise da primeira denúncia apresentada pela PGR contra acusados de tentativa de golpe de Estado. Ela diz respeito ao chamado “núcleo 1”, que inclui  Bolsonaro e mais sete acusados. Esse grupo seria formado pelos líderes da trama, segundo a PF.