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'Vamos provar a inocência, mas precisamos ter liberdade de defesa', diz advogado de Bolsonaro
Ao falar com a imprensa após julgamento, Celso Villardi aproveitou para elogiar o posicionamento de Luiz Fux sobre a dosimetria da pena
BRASÍLIA - O advogado Celso Vilardi, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação penal do suposto plano de golpe de Estado, afirmou que vai provar a inocência de seu cliente, mas voltou a afirmar que as defesas não têm tido o amplo ao processo.
Após o julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou réus Bolsonaro e outros sete investigados, Vilardi classificou a questão como “preocupante”. E citou o momento em que o relator, o ministro Alexandre de Moraes, exibiu imagens dos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Nós avisamos que a defesa teria um prejuízo concreto com a questão de não ter a totalidade dos elementos de prova. E hoje, o que aconteceu aqui: trechos de diálogos e de depoimentos. Não sabemos em qual contexto eles foram colocados, de que forma foram colocados. Vamos provar a inocência, mas precisamos de ter liberdade de defesa, senão fica muito complicado”, disse Vilardi.
Também na avaliação do advogado, a materialidade da denúncia se concentra no 8 de janeiro, episódio em que Bolsonaro, segundo ele, não teria tido nenhuma participação.
“Só na denúncia que surge esse envolvimento, nem no relatório da PF surgiu, e ontem eu disse que essa é a minha preocupação. Criou-se uma narrativa do 8 de janeiro para envolver o presidente. Nisso o presidente não tem nem remotamente um envolvimento”.
O voto do ministro Luiz Fux foi alvo de elogios das defesas dos investigados. Apesar de ter acompanhado integralmente o voto de Moraes, Fux fez ressalvas quanto às possíveis penas a serem cumpridas pelos réus, caso condenados.
“O ministro Fux fez um posicionamento correto não só sobre a dosimetria, mas também a questão dos dois delitos que estão sendo imputados. Porque existe uma confluência entre esses delitos”, disse Vilardi.
Em seu voto nesta quarta-feira (26), Alexandre de Moraes Moraes citou que Bolsonaro buscou apoio de comandantes militares para a tentativa de golpe. Após a não adesão dos comandos do Exército e da Aeronáutica, o então presidente contatou o general Estevam Theóphilo, das Forças Especiais do Exército Brasileiro, os “kids pretos”.
“Não há dúvida que Bolsonaro conhecia, manuseava e discutiu sobre a minuta de golpe. As interpretações sobre o fato vão ocorreu durante a instrução processual penal. Se ele analisou e não quis, se analisou e quis, isso será analisou e não quis, se analisou e quis, isso será no juízo de culpabilidade. Mas não há dúvida e que ele tinha conhecido da minuta do golpe que foi apreendida”, ressaltou.