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‘Bolsonaro sabia que urnas não foram fraudadas’, diz ex-comandante da Aeronáutica em depoimento no STF
Baptista Júnior ite, em depoimento no Supremo, que ex-presidente foi alertado diversas vezes sobre idoneidade das urnas eletrônicas após eleições de 2022

BRASÍLIA – O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior declarou nesta quarta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia que não houve fraude nas eleições presidenciais de 2022.
Em depoimento no inquérito do golpe de Estado envolvendo os réus do chamado “núcleo 1”, Baptista Júnior afirmou que, ainda que colocasse em questionamento a lisura das urnas eletrônicas, o então presidente da República não tinha nenhuma comprovação de interferência no resultado que deu vitória ao candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Bolsonaro foi diversas vezes avisado de que não houve fraude nas eleições”, disse o brigadeiro ao relatar a participação de pelo menos cinco reuniões com o ex-presidente no Palácio da Alvorada entre 1 e 24 de novembro de 2022.
Baptista Júnior é testemunha de acusação intimada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela denúncia apresentada ao Supremo. Entre os denunciados do núcleo 1 estão Bolsonaro, o general da reserva Walter Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e outros cinco aliados do ex-presidente.
Texto de relatório do governo induzia ao erro, diz brigadeiro
No depoimento, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) disse que diversas teses e possibilidades de fraudes no processo eleitoral foram apresentadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas que todas foram rechaçadas pela equipe de fiscalização do governo.
Em uma das reuniões no Palácio da Alvorada, o ex-presidente chegou a apresentar um relatório do Instituto Voto Legal (IVL) que dava a entender a vulnerabilidade nas urnas. Baptista Júnior, porém, identificou erros no texto, como o número de urnas registradas no documento, e alertou Bolsonaro.
“Falei: ‘Esse relatório está muito mal escrito e contém sofismas [argumentos enganosos que visam a induzir ao erro]’. Ele então ligou para o [presidente do IVL] Carlos Rocha e deixou no viva voz e eu disse tudo novamente”, lembrou o brigadeiro, que confirmou ter sido proposital a demora de Jair Bolsonaro em apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório em que se itia a inexistência de provas sobre fraudes nas urnas.