JULGAMENTO

Comandante do Exército alertou Bolsonaro que o prenderia em caso de golpe, diz ex-chefe da FAB 5b595a

Brigadeiro da Aeronáutica confirmou que ex-presidente foi advertido sobre os riscos de tentar se manter no poder à força e impedir a posse de Lula 13c28

Por Hédio Ferreira Júnior
Atualizado em 21 de maio de 2025 | 18:06
 
 
O então presidente Jair Bolsonaro e o general Augusto Heleno, seu ministro, cercado por militares do Exército Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

BRASÍLIA – O brigadeiro e ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior afirmou nesta quarta-feira (21) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alertado pelo então comandante do Exército Freire Gomes de que seria preso pelas Forças Armadas caso tentasse dar um golpe de Estado para se perpetuar no poder em 2023.
 
Em depoimento no inquérito do golpe de Estado envolvendo os réus do chamado “núcleo 1”, do qual Bolsonaro e sete aliados fazem parte, Baptista Júnior negou que o general Freire Gomes tenha dado voz de prisão a Bolsonaro durante a reunião, mas garantiu que uma dura advertência foi dada caso houvesse uma ruptura democrática no país.

“O general Freire Gomes é polido e educado, mas muito firme quando precisa. E avisou ao ex-presidente: 'se o senhor tentar impedir a posse do presidente eleito, irei prendê-lo”, afirmou. Questionado sobre o tom empregado pelo general na conversa, Baptista Júnior reforçou a imposição do recado. “Não é algo que se esquece ao ouvir o comandante do Exército dizer”.

'General Garnier apoiava intervenção' 4e4z19

Diferente de Freire Gomes, que em depoimento ao STF na segunda-feira (19) tentou poupar o general Garnier do apoio ao plano de golpe de Estado em 2022, o brigadeiro Baptista Júnior apontou a participação do então comandante da Marinha na proposta de intervenção militar de Bolsonaro.

De acordo com o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Garnier foi a única das três lideranças das Forças Armadas a "colocar à tropa à disposição" de Bolsonaro, caso fosse necessário.

Ao ser questionado pela defesa do general se ele não teria "se colocado" à disposição da Presidência da República", Baptista rebateu. “Eu não fiquei sabendo à toa que a Marinha tinha 14 mil fuzileiros, doutor”, rebateu.