BRASÍLIA – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou, nesta quinta-feira (22), pedido do comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, para não depor como testemunha de defesa do almirante Almir Garnier Santos nesta sexta-feira (23).
Olsen deverá comparecer à audiência marcada para começar às 14h. Garnier é um dos réus na ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e integrantes de seu governo são réus.
Olsen alegou desconhecer os fatos investigados e afirmou que não teria informações relevantes para contribuir com o processo. No entanto, para a defesa de Garnier, seu depoimento é essencial para esclarecer pontos relevantes, especialmente o contexto de uma nota à imprensa divulgada pela Marinha em novembro de 2024.
A defesa do ex-comandante da força também alegou que Olsen, na época dos acontecimentos, ocupava o cargo de comandante de Operações Navais e poderia esclarecer se houve alguma movimentação ou preparação de tropas.
Garnier é suspeito de ter apoiado Bolsonaro no suposto golpe para impedir a posse de Lula. Ao lado de Bolsonaro e outros seis réus, ele também faz parte do chamado “núcleo principal” da trama golpista.
Em depoimento, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que chefiava a Aeronáutica no governo ado, confirmou a acusação contra Garnier. Segundo ele, o almirante não demonstrou reação contrária e que, além dele, a única oposição foi a do então comandante do Exército, general Freire Gomes.