Vídeo inédito mostra joias que Mauro Cid tentou vender por US$ 120 mil

Um vídeo inédito obtido pela reportagem de O Tempo em Brasília mostra com detalhes o kit de joias que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou vender por aproximadamente US$ 120 mil, o equivalente a R$ 588 mil na cotação atual. 

Os itens foram doados pelo ex-presidente pela Arábia Saudita e colocados à venda pela Fortuna Auction, que se classifica como uma "joalheria confiável e casa de leilões de relógios", localizado em Nova York, nos Estados Unidos.

Assista vídeo que mostra com detalhes as joias:

Um vídeo inédito obtido pela reportagem de O Tempo em Brasília mostra com detalhes o kit de joias que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou vender por US$ 120 mil, o equivalente a aproximadamente R$ 587 mil reais na cotação… pic.twitter.com/V0o4ICGPOU

— O Tempo (@otempo) August 11, 2023

As peças têm preço estimado de US$ 120 mil a US$ 140 mil (equivalente a R$ 686 mil na cotação atual). O leilão começou em 8 de fevereiro e recebeu um lance inicial de U$ 50 mil. No site, o kit é descrito como propriedade de um "cavalheiro".  

Um trecho do anúncio diz: "A linha LUC da Chopard concentra-se nas peças especiais de alta qualidade da marca. O presente exemplo é uma reserva de marcha e turbilhão em ouro rosa 18K, limitado a 25 peças. O que torna este lote realmente especial é que é um conjunto, incluindo uma caneta em ouro rosa 18K com diamantes, um rosário de diamantes, um anel de sinete e um conjunto de abotoaduras para um monograma de prestígio. Acredita-se que o conjunto geral seja único, tornando esta uma proposta única para o homem que tem tudo".

Segundo constatou a Polícia Federal (PF), é possível observar que “o número de série do relógio é o mesmo número registrado no acervo privado do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, recebido em 29 de novembro de 2022, por meio do processo SEI 08500.018470/2023-03”.

Entenda o caso

O anúncio das joias consta em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a Polícia Federal a cumprir busca e apreensão, nesta sexta-feira (11), em investigação do uso da estrutura do Estado brasileiro no desvio bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do governo, por meio da venda desses itens no exterior.

Mauro Cid e seu pai, Lourena Cid, foram alvos, assim como o tenente do Exército Osmar Crivelatti -que também foi ajudante de ordens do ex-presidente- e o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Dois mandados foram cumpridos em Brasília (DF). Outro foi feito em São Paulo (SP) e o quarto, em Niterói (RJ). A investigação mira a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.