Santa Luzia decreta emergência em saúde, prefeito diz que 45% dos pacientes vêm de outros municípios

O prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho, afirmou nesta sexta-feira (2 de abril) que cerca de 45% dos pacientes atendidos na rede municipal de saúde são oriundos de outros municípios, como Belo Horizonte, Vespasiano e Ribeirão das Neves. A declaração foi feita durante uma coletiva em que o município decretou situação de emergência em saúde pública, devido ao aumento expressivo de casos de doenças respiratórias, sobretudo entre crianças. “Constatamos que 45% das pessoas que buscam atendimento em Santa Luzia hoje são de outras cidades. Vamos precisar da ajuda do governo do Estado para atender com eficiência”, afirmou o prefeito.

Santa Luzia se junta a outras cidades da região metropolitana de Belo Horizonte — como Contagem, Betim e a própria capital — que já haviam adotado a mesma medida diante da alta demanda nos serviços de saúde. “Estamos muito preocupados com a saúde pública, por isso estamos decretando situação de emergência”, completou.

Segundo o prefeito, o decreto de emergência facilita a contratação de profissionais, a aquisição de insumos e a reorganização da rede municipal para lidar com o aumento dos atendimentos, principalmente entre o público infantil. “Só nos casos de doenças respiratórias, houve um aumento de 80% nos atendimentos. O decreto vai permitir a contratação de mais médicos e enfermeiros, além da compra de insumos e medicamentos. O Estado também decretou emergência, e a situação pode se agravar. Precisamos estar preparados”, alertou.

O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Gazeto, destacou as principais ações implementadas pela prefeitura. Entre elas estão o reforço no atendimento pediátrico, a ampliação da oferta de leitos e a realocação de profissionais para unidades com maior demanda. “Implantamos um CTI pediátrico com 10 leitos e aumentamos em 100% o número de médicos na UPA São Benedito e no Hospital Madalena”, disse o secretário.

Ainda segundo Rodrigo, embora as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) já operem com horário estendido — das 8h às 19h — o decreto visa ampliar ainda mais o tempo de atendimento e fortalecer a atenção básica. “Estamos fazendo um estudo técnico para estender o horário de atendimento das UBSs até as 21h”, explicou.

O secretário também anunciou que os profissionais da saúde seguirão protocolos semelhantes aos adotados durante a pandemia de Covid-19, com foco na triagem rápida, monitoramento de casos e prevenção de surtos em escolas e comunidades. “Vamos retomar medidas adotadas na pandemia, como o distanciamento social e o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A vacinação será estendida para as 86 escolas da cidade”, afirmou.

Rodrigo acrescentou que a vacinação será intensificada: “Vamos vacinar o maior número possível de pessoas, a partir dos 0 anos.