BRASÍLIA — A desistência do deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), que pretendia concorrer à presidência da Câmara dos Deputados, bagunçou o tabuleiro da disputa. Nessa terça-feira (3) à noite, Pereira cedeu espaço e declarou apoio à candidatura do correligionário, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
Nas últimas horas, o então favorito do presidente Arthur Lira (PP-AL) para sucedê-lo, deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), viu minguar o apoio que era dado como certo.
Após desistir da disputa, Marcos Pereira enviou uma nota à imprensa detalhando o que motivou a troca do nome do Republicanos para a disputa. O deputado — que é presidente do partido — afirmou que o nome de Motta é uma opção mais consensual entre as bancadas.
“Abri mão de minha candidatura e decidi colocar ao presidente Arthur Lira a opção do líder da bancada do Republicanos, Hugo Motta, para que ele seja o nome de consenso entre todas as alas políticas do plenário”, justificou.
Pereira disse que, antes de tornar pública a desistência, apresentou o nome de Motta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Lira. “Depois de conversar com o presidente Lula, fui ao Arthur e o comuniquei”, afirmou à GloboNews nesta quarta-feira (4). O petista, segundo Marcos Pereira, deu aval para Motta.
Pereira também descartou que a decisão de renunciar à disputa esteja ligada a uma possível indicação do nome dele para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). “Fui sondado em duas ocasiões para o TCU e não aceitei. Esse tema não veio para a pauta. As vagas que surgirão serão em 2026 e 2027”, observou.
A decisão de Pereira balançou o lado oposto do tabuleiro, enfraquecendo o apoio de Lira a Elmar Nascimento. Até o início desta semana, era dado como certo que o atual presidente indicaria o líder do União Brasil para sucedê-lo. Lira, aliás, pretendia ter feito a indicação até sábado (31), promessa não cumprida.
Na manhã desta quarta, Elmar esteve na residência oficial da Câmara para um encontro com Lira, que pode decidir apoiar Hugo Motta. O encontro terminou sem o anúncio do nome escolhido pelo presidente.