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Zambelli responde Bolsonaro após ele dizer que perdeu as eleições por causa dela
Durante a entrevista ao podcast, Bolsonaro afirmou que a parlamentar 'tirou o mandato' dele
BRASÍLIA - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) respondeu, nesta terça-feira (25 de março), às declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou em entrevista ao podcast Inteligência LTDA. que ela teria sido a razão pela qual ele não foi eleito em 2022.
Pelo X, antigo Twitter, Zambelli disse, sem mencionar Bolsonaro: "enfrentar o julgamento dos inimigos é até ável. Difícil é aguentar o julgamento das pessoas que sempre defendi e continuarei defendendo".
Durante a entrevista ao podcast, Bolsonaro afirmou que Zambelli “tirou o mandato” dele. “Aquela imagem da Zambelli perseguindo o cara... Aquilo fez gente pensar: ‘olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu”, afirmou o ex-presidente.
Em 29 de outubro de 2022, a parlamentar perseguiu um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma pistola em via pública, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. O episódio ocorreu na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.
A deputada, que portava uma pistola 9 mm, correu atrás de um homem após uma discussão, sendo que um de seus seguranças chegou a disparar a arma minutos antes. Ela foi denunciada pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo em janeiro de 2023.
Zambelli pediu que ministros reconsiderem condenação
Pouco antes de publicar o comentário respondendo o ex-presidente, Zambelli havia divulgado uma nota em resposta à formação de maioria no Supremo Tribunal Federal (STF) para sua condenação por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, atingida nesta terça-feira.
Ela ressaltou, em no texto, que o julgamento ainda não terminou devido ao pedido de vista do ministro Kássio Nunes Marques e pediu que os demais ministros do Supremo “reconsiderem” suas posições e “garantam justiça”.
“É imperioso destacar: sou acusada por me defender de um agressor que me perseguiu em São Paulo, após meu telefone ter sido vazado por membros da esquerda. Isso resultou em milhares de ameaças contra mim e minha família, especialmente meu filho”, afirmou a deputada, que pode ser condenada a uma pena de 5 anos e 3 meses de prisão.
A maior parte dos onze ministros, além de ter se manifestado a favor da condenação de Zambelli, também votou a favor da cassação do mandato da parlamentar. Contudo, isso só pode acontecer após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos no Tribunal.
Na segunda-feira (24 de março), Kássio Nunes Marques pediu vistas na ação, suspendendo o julgamento para ter mais tempo para analisar o caso. Contudo, os ministros Cristiano Zanin, ainda na segunda-feira, e Dias Toffoli, nesta terça-feira, adiantaram seus votos e acompanharam o relator, Gilmar Mendes, a favor da condenação.
Já haviam votado com Gilmar Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que, juntos, somam seis votos favoráveis à condenação da parlamentar. Faltam os votos de outros cinco ministros. A análise acontece em plenário virtual, em que os ministros não debatem, apenas registram seus votos.
Ainda não há data para a retomada do julgamento. Conforme o regimento interno, Nunes Marques precisa devolver o processo em até 90 dias ou o caso é liberado automaticamente para ser incluído novamente na pauta.