BRASÍLIA - Parlamentares da oposição realizaram nesta quarta-feira (2) mais um ato, no Congresso, para pressionar pelo avanço do projeto de lei que anistia envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), afirmou que protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) de prisão domiciliar para presos nos atos de 8 de janeiro de 2023 que se enquadrem em algumas condições, como idosos e pais de crianças.
Os líderes da oposição reforçam a obstrução na pauta de votação na Câmara, tanto nas comissões, como no plenário, como forma de pressão ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Em entrevista coletiva, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), garantiu que a proposta de anistia já tem os votos necessários para ser aprovada.
“Vamos continuar até que o presidente Hugo Motta, que é nosso aliado de primeira hora, decida sobre o PL da Anistia. Nós não vamos desistir enquanto essa matéria não vier ao plenário. E vou ser claro: só não está na pauta porque sabem que temos os votos para aprovar e votos sobrejantes”, disse.
Enquanto Sóstenes sustenta que coletou mais de 310 s em apoio à urgência, líderes de partidos ao centro e à esquerda contestam o número e põem em xeque a maioria calculada pelo PL. “Acho que é blefe. O Sóstenes fala em s nos requerimentos. Cadê os requerimentos? Não existem as s dos principais líderes”, contestou o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), na terça-feira (1º).
Também na terça-feira, a oposição se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir as estratégias de pressão. E, em seguida, o líder do PL se reuniu com o presidente da Câmara. A ameaça de obstrução também não surtiu efeito, e Motta não se comprometeu a colocar em pauta o requerimento de urgência para votação do projeto que anistia os condenados pelo 8 de janeiro.
A anistia é um tema prioritário para o grupo político e pressiona Motta. O presidente da Câmara integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Japão e ao Vietnã e ficou fora do Parlamento na última semana. O plano da oposição era, na volta de Motta, ter uma garantia de que o assunto seria debatido.
O grupo político aumentou a pressão pelo avanço da proposta de anistia depois que Bolsonaro virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. A denúncia aceita inclui investigações sobre os atos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.