STF X CONGRESSO

Lula chama Lira e Pacheco para tratar de emendas e evitar retaliação na votação do pacote fiscal 5s2n6f

Ministro Flávio Dino, do STF, negou pedido da AGU para modificar regras para pagamento das emendas parlamentares. 6n401r

Por Ana Paula Ramos
Atualizado em 09 de dezembro de 2024 | 19:35
 
 
Lula com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) durante Sessão no Congresso em dezembro Foto: Photo by Zeca Ribeiro

BRASÍLIA - Depois da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para evitar que a aprovação do pacote fiscal do governo seja prejudicada. 

Dino negou integralmente o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que houvesse uma revisão nas ressalvas previstas para a retomada do pagamento das emendas parlamentares. E afirmou que “não há o que reconsiderar” porque essa decisão foi confirmada no plenário da Corte. 

Na semana ada, Dino liberou, em decisão monocrática (individual), o pagamento das emendas parlamentares, suspensas em agosto. No despacho, no entanto, Dino define ressalvas para cada modalidade de emendas e deixa claro que os rees deverão obedecer regras de transparência e rastreabilidade, tanto da origem da indicação quanto do destino do recurso. 
 
No entendimento do ministro, o projeto de lei aprovado pela Câmara e sancionado pelo presidente Lula não atendia integralmente às exigências para aumentar a transparência e rastreabilidade dos rees.   
 
A decisão não agradou os parlamentares. Com isso, a AGU questionou o ministro Flavio Dino, buscando acalmar o Congresso e evitar uma retaliação na votação dos projetos de lei do pacote fiscal. 

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, esteve na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira para participar de reunião com a bancada do PT e negou que o imbróglio das emendas vá afetar a votação das medidas. 

“O governo tem feito todo o esforço para honrar o acordo que foi feito no PLP 175. Todo o nosso esforço é para que a gente chegue no melhor acordo possível para atender aqui as demandas do Parlamento, legítimas, e atender a decisão do Supremo. E avançar no que é importante para o país, que é fazer essa votação agora no fim do ano”, afirmou.  

O PLP 175 é o projeto de lei aprovado pelo Congresso que regulamentou a execução das emendas parlamentares.