COMUNICAÇÃO

Lula anuncia troca no comando da Secom: Paulo Pimenta dá lugar ao marqueteiro Sidônio Palmeira

Presidente já vinha criticando comunicação do governo

Por Ana Paula Ramos e Levy Guimarães
Atualizado em 07 de janeiro de 2025 | 16:32

BRASÍLIA - Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (7), Paulo Pimenta confirmou sua saída do comando da Secretaria de Comunicação da Presidência da República e a nomeação de Sidônio Palmeira para seu lugar. Pimenta deixa o cargo na quinta-feira (9). Palmeira é publicitário e esteve à frente da campanha de 2022 do presidente Lula (PT).  

"O presidente tem uma leitura muito precisa de que tivemos uma primeira fase do governo, de reconstrução, reposicionamento das ações; e a partir de 2025, vamos entrar em uma fase nova, o que a gente chama de período da colheita dos resultados. O presidente quer ter à frente da Secom uma pessoa com um perfil diferente do que eu tenho", afirmou Pimenta, a jornalistas, na tarde desta terça-feira.

Pimenta sai de férias a partir do dia 9 e, ao retornar, vão acertar qual será o destino do petista, que é deputado federal licenciado, mas que também pode ser alocado em outro ministério no Palácio do Planalto. Existe a possibilidade de que ele assuma a Secretaria-Geral da Presidência da República, atualmente chefiada por Márcio Macêdo.

"Quando eu retornar [das férias], vou conversar com o presidente sobre quais são as minhas tarefas, minhas funções, o que eu vou fazer daqui pra frente", disse Pimenta.

Sidônio Palmeira assume a Secom

Na semana que vem, o publicitário Sidônio Palmeira já deve assumir a vaga de Pimenta. "Começamos, já, um processo de transição das equipes, com um trabalho conjunto das equipes a partir de hoje, e vamos construir essa caminhada conjunta até a semana que vem, quando deve ocorrer a formalização da transmissão de cargo do Sidônio", afirmou Pimenta.

Em sua fala aos jornalistas, Sidônio Palmeira fez questão de destacar que o trabalho será de "continuidade" e que o grande desafio será alinhar "o governo, a gestão e a percepção popular". 

"É um segundo tempo que estamos começando. Faria até uma observação. É como se fosse uma corrida de baliza, que eu já estou pegando. Tem um avanço, uma evolução que a gente vai pegar pra frente", declarou.

"Tem uma expectativa grande com o governo, tem a gestão e a percepção popular. A gente precisa alinhar essas três coisas, e esse é o desafio nosso. Que a expectativa, a gestão e a percepção popular fiquem equilibradas no mesmo ponto. A comunicação não é só na Secom, é no governo todo. Tem a política, a gestão e a comunicação, e esses três eixos são interligados e transversais. É importante também que a gestão não seja analógica, que comunique com as pessoas", continuou.

Sidônio já vinha atuando informalmente no governo. Ele participou da produção do pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a proposta de isenção do Imposto de Renda e do pacote de corte de gastos.  

O marqueteiro também produziu o vídeo em que Lula aparece ao lado de Haddad, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, para defender a autonomia do novo presidente do BC e prometer responsabilidade com as contas públicas. 

Lula manifestou insatisfação  

Lula já havia criticado publicamente a comunicação do governo e itiu erros. Em declaração feita durante seminário do Partido dos Trabalhadores, no início de dezembro, ele havia prometido fazer as "correções necessárias".

"Há um erro, um equívoco meu na comunicação. O Stuckert costuma dizer: 'presidente, o senhor é o maior comunicador do nosso partido, o senhor tem que falar mais'. É preciso que a partir de agora a gente comece a fazer as coisas como precisa ser feito, porque não são os nossos adversários políticos que vão falar bem de nós", disse.  

"Há um erro no governo na questão da comunicação, e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame que a gente não está se comunicando bem", completou.  

O petista afirmou que é necessário falar mais às pessoas, apresentar o programa do governo e as realizações que são feitas. As reclamações de Lula sobre a falta de digitalização do PT e a ausência do partido nos espaços digitais são recorrentes. No seminário, ele também destacou que é hora de combater os boatos e as notícias mentirosas que se espalham nas redes sociais.