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Após fiasco em 2024, Lula evita ato das centrais sindicais e grava vídeo sobre Dia do Trabalhador
O presidente deve permanecer em Brasília nesta quinta-feira (30). Ao longo da semana, Lula foi cobrado por representantes de centrais sindicais por mais empenho nas pautas trabalhistas

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não comparecer ao ato do 1º de Maio, em São Paulo, pela primeira vez neste terceiro mandato, e optou por gravar um vídeo exibido em cadeia de rádio e televisão em todo o país, na véspera do Dia do Trabalhador. Sem compromissos oficiais na agenda, o petista ficará em Brasília.
Lula será representado nos eventos sindicais pelos ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, e do Trabalho, Luiz Marinho. No ano ado e em 2023, o presidente esteve nos atos conjuntos das centrais sindicais em São Paulo. O mesmo ocorreu em 2022, quando era pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Em entrevista, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, justificou a ausência. Segundo ela, Lula foi chamado para dois encontros com trabalhadores: um em São Paulo e outro em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Como não poderia ir aos dois, “decidiu falar ao povo brasileiro”, segundo a ministra.
Dessa vez, as centrais sindicais não realizarão um ato unificado, como é feito tradicionalmente na data. Na capital paulista, acontecerá o evento da Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central Sindical de Trabalhadores e Pública. A CUT participará somente como convidada e não como organizadora.
Para tentar melhorar a presença de público, foi decidido retomar os sorteios de carros. Já o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que é filiado a CUT, fará um evento paralelo, com outros sindicatos locais em São Bernardo do Campo, berço político de Lula.
No ano ado, o ato de 1º de Maio estava esvaziado. O evento organizado por centrais sindicais em São Paulo com a presença do petista reuniu 1.635 pessoas. Na ocasião, Lula compareceu acompanhado do deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), que era pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
A falta de mobilização levou a uma reprimenda pública no ministro da Secretaria-Geral, responsável por convocar os movimentos sociais. “Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato, e eu disse pra ele: ‘Márcio, o ato tá mal convocado. O ato tá mal convocado’. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar’”, disse ao público.
Desde então, Márcio Macedo é um dos cotados para deixar o ministério em uma possível reforma ministerial. Gleisi Hoffmann, em entrevista nesta quarta-feira (30), negou que o fiasco do ano ado seja causado por uma falta de comunicação do PT com as bases.
Pronunciamento do Dia do Trabalhador
Na última terça-feira (29), o presidente se reuniu, no Palácio do Planalto, com os dirigentes das centrais, que entregaram reivindicações da classe trabalhadora. Entre os principais pontos da carta entregue a Lula, estavam o fim da jornada 6×1 e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Os dirigentes cobraram ainda um envolvimento maior do governo para a aprovação dos projetos no Congresso Nacional. E foi justamente sobre esses temas que o presidente abordou na gravação veiculada nesta quarta-feira (30) na cadeia nacional de rádio e televisão.
"Vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora am seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora do Brasil dar esse o, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras".
Em sua fala, Lula também destacou outras medidas consideradas importantes para a classe, como o projeto de lei enviado ao Congresso que isenta o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução gradativa para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.