'ATO TERRORISTA'

Moraes lamenta ‘mediocridade de negacionistas’ do estado de direito e promete penalizá-los

Relator dos inquéritos que apuram ataques ao STF, ministro diz que atentado com explosões à Corte não pode ser banalizado como ‘mero suicídio’

Por Hédio Ferreira Júnior
Atualizado em 14 de novembro de 2024 | 15:53

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (S|TF) Alexandre de Moraes chamou de “medíocres” e “negacionistas” do estado democrático de direito quem resumiu os ataques com explosivos ao Palácio do STF, nessa quarta-feira (13), como “mero suicídio”. 

Relator dos inquéritos que investigam o fato e as invasões e depredação da Corte em 8 de janeiro de 2023, Moraes prometeu responsabilizar as pessoas que estão tentando minimizar as ações criminosas e violentas contra o Poder Judiciário, o que chamou de “ato terrorista

O ministro reforçou a declaração anterior do presidente da Corte. Luís Roberto Barroso, que questionou a perda de valores e o fortalecimento do discurso de ódio e intolerância contra magistrados e a instituição. 

“Não poderia deixar de lamentar a mediocridade de várias pessoas que continuam querendo banalizar um gravíssimo ato terrorista. No mundo todo alguém que coloca na cintura artefatos para explodir pessoas é considerado um terrorista” disse Moraes, ao afirmar que o homem só não invadiu o prédio porque foi contido pela movimentação de agentes da Polícia Judicial.

“Quero lamentar a mediocridade das pessoas que, por questões ideológicas, querem banalizar dizendo absurso que foi um mero suicídio. Lamentar essa mediocridade que também normaliza ou pretende normalizar um contínuo ataque às instituições. Essas pessoas não são só negacionistas na área da saúde, mas também no estado democrático de direito. E devem ser responsabilizadas. E serão responsabilizadas”, prometeu Alexandre de Moraes. 

Explosões em Brasília ocorreram no início da noite enquanto chovia

As imagens do circuito de TV da área externa do Supremo mostram a chegada de Francisco Wanderley Luiz à Praça dos Três Poderes pouco antes das 19h30. Ele teria tentado se aproximar do Palácio do STF quando agentes da Polícia Judicial surgem se movimentando em direção a ele. 

Franscisco então atira um artefato explosivo em direção ao monumento, que não é detonado A Justiça, do mineiro Alfredo Ceschiatti. A escultura é a mesma pichada de batom com os dizeres Perdeu Mané durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele, então, atira outro explosivo e, em seguida, deita no chão e aciona mais um artefato, que o mata. 

As explosões ocorreram quando ainda havia magistrados da Corte, servidores e pessoas que acompanharam a sessão de julgamento no plenário, finalizada horas antes no edifício-sede. Ministros como o presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Cristiano Zanin foram retirados imediatamente do local. Alexandre de Moraes estava em um evento no anexo II do Supremo, segundo prédio atrás do Palácio do STF, e também deixou o espaço, que foi imediatamente evacuado.