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PF vê como 'categórico' áudio de ex-mulher sobre plano de matar Moraes e revela novas ameaças ao STF
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, não informou se há outros elementos que apontam para o suposto plano de Francisco Wanderley Luiz de matar Moraes
BRASÍLIA - Um dia depois das explosões em Brasília, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, considerou “categórico” o áudio em que a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, morto após disparar um artefato, declarou a intenção do homem de matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“O áudio dessa senhora é muito categórico, e há outras mensagens de redes sociais, inclusive enviadas para o próprio Supremo, ameaçando a Corte como um todo, não só o ministro Alexandre de Moraes”, disse em coletiva de imprensa.
Andrei não adiantou se investigadores já encontraram outros indícios que reforçam o suposto plano de Francisco, mas informou que um celular do homem, apreendido nesta quinta-feira (14), deve revelar novos detalhes sobre o caso.
“Tem essa questão que o alvo principal que era o assassinato do ministro Alexandre de Moraes e que parece que essa pessoa teria tentado ingressar no prédio do Supremo, não conseguiu e resolveu fazer o que fez ali”, acrescentou, contando que nesta quinta-feira “houve novos envios de mensagens de e-mails com ameaças à Suprema Corte".
Ainda de acordo com Andrei, a PF não descarta nenhuma motivação para o crime, mas caminha, nesse momento inicial, em duas linhas. “Não é algo que a gente pode tratar de maneira distinta do que não com o rigor necessário como um ato terrorista e como uma atuação violenta para a abolição do Estado Democrático de Direito”, declarou.
Entenda
Francisco Wanderley Luiz provocou duas explosões na Praça dos Três Poderes, em frente ao prédio do STF, na noite de quarta-feira. Em um momento, ele segurou um artefato que o matou ao explodir. O homem também estacionou seu carro próximo à Câmara dos Deputados. O veículo estava carregado de explosivos que, de acordo com as informações iniciais, foram acionados à distância.
O corpo dele ou a noite no local pelo risco de novas explosões, enquanto o esquadrão antibomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar desativou outros artefatos encontrados.
Também foram identificados um trailer alugado por Francisco e estacionado na Câmara dos Deputados, próximo ao carro, e uma casa armada com explosivos. A PF ainda investiga uma caixa encontrada próximo aos prédios públicos e que pode ter relação com o atentado.
Francisco acumulava, em suas redes sociais, mensagens críticas. Natural de Rio do Sul (SC), ele tinha 59 anos, era filiado ao PL e disputou o cargo de vereador nas eleições de 2020.
Levada para depor, a ex-mulher dele declarou que o homem já havia anunciado planos de atentado em Brasília, mirando o Moraes. Segundo ela, o ex-marido deixou claro que ia para Brasília matar o ministro. E, caso não conseguisse entrar no prédio do STF, se mataria – como acabou fazendo, após ser barrado por seguranças da Corte.