SEGURANÇA REFORÇADA

Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios são reabertas após explosões em Brasília

O corpo do chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, foi retirado por volta das 9h05, cerca de 13 horas depois do atentado

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 14 de novembro de 2024 | 12:48

BRASÍLIA - A praça dos Três Poderes, em Brasília, e a Esplanada dos Ministérios foram reabertas no fim da manhã desta quinta-feira (14) após as explosões nos arredores do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto, que resultaram na morte dos autor das detonações. 

O corpo do chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, foi retirado por volta das 9h05, cerca de 13 horas depois do atentado em função do rastreamento de demais explosivos que poderiam estar no perímetro. Após isso, o local foi lavado, o trânsito liberado, mas a segurança dos prédios do Palácio do Planalto e do STF foi reforçada. 

Na sede do governo federal, as atividades foram retomadas normalmente ainda na manhã desta quinta-feira - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve as agendas e participou das solenidades no Planalto. O Supremo e a Câmara retomam as atividades nesta tarde. Já no Senado não haverá expediente. 

Francisco Wanderley Luiz, natural de Rio do Sul (SC), foi candidato a vereador pelo PL nas eleições de 2020. O homem morreu ao ser atingido por um artefato disparado contra ele mesmo. Momentos antes, Francisco detonou duas bombas – uma em frente ao STF e outra em seu carro, que foi encontrado em chamas e carregado com explosivos próximo ao anexo IV da Câmara dos Deputados.

Policiais encontraram no corpo do homem um cinto com mais artefatos e um timer – ou temporizador. Ele ainda carregava uma mochila com pino detonador em um pequeno extintor, que seria usado como bomba. Os policiais ainda desativaram ao menos oito explosivos encontrados no perímetro da praça dos Três Poderes. 

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou que o homem circulava por Brasília pelo menos desde julho deste ano e, em agosto deste ano, entrou no plenário do tribunal durante horário destinado a visitas. Ele é réu em diversas ações penais, incluindo incolumidade pública (infração de medida sanitária), crime de desobediência e furto.

Ainda segundo o documento, o homem saiu de carro de Rio do Sul em 26 julho de 2024 e chegou em Brasília no dia seguinte. Por ora, não há indícios de que ele atuou em conjunto com outras pessoas e teria planejado o suicídio. Francisco estava hospedado em uma casa em Ceilândia, cidade-satélite distante cerca de 30km da Praça dos Três Poderes. 

No local, policiais encontraram artefatos explosivos do mesmo tipo dos usados em frente ao STF. No relatório, a Abin cita ainda publicações nas redes sociais sociais. Uma delas na quarta-feira, pouco antes das explosões, falando de uma série de atentados na capital federal, um plano que começaria a ser executado na quarta-feira e terminaria no sábado (16).

Francisco citou locais e nomes de possíveis alvos. Ele também indicou que havia planejado suicidar-se após o ataque. “Vamos brindar??? Não chores por mim! Sorria!!! Entrego minha vida para que as crianças cresçam com liberdade […]”. Em seu perfil, ele reproduzia também teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita norte-americana.