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Surto de hepatite A em Belo Horizonte é investigado pelo Ministério da Saúde
De acordo com a pasta, uma equipe técnica acompanha a situação no município desde o fim de março
O Ministério da Saúde afirmou que investiga as causas para surto de hepatite A em Belo Horizonte. De acordo com a pasta, uma equipe técnica acompanha a situação no município desde o fim de março. Como antecipou a reportagem de O Tempo, 95 pessoas foram diagnosticadas com a doença na capital entre janeiro e abril deste ano — um aumento de 265% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 26 casos. A doença tem acometido principalmente homens, entre 20 e 49 anos, com mais registros na região Centro-Sul.
Em meio a investigação, o Ministério da Saúde disse ainda que tem adotado medidas para o avanço da doença. "Entre as recomendações, estão a vacinação de grupos prioritários — como usuários de PrEP, antes sexuais e domiciliares de casos confirmados — e a organização da oferta da vacina em unidades estratégicas. Também foram reforçadas medidas preventivas, como o uso de preservativos, e a capacitação de profissionais de saúde para vigilância e notificação dos casos", disse em nota.
O surto de hepatite A também é acompanhado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Segundo a pasta, as ações tem sido feitas junto ao município, em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde e demais instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS). "Nesse sentido, a Secretaria intensificou a vigilância das notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), com análises semanais e sensibilização de profissionais de saúde para garantir a notificação oportuna dos casos", informou.
Surto de hepatite A em BH
O aumento dos diagnósticos da doença em Belo Horizonte teve início em 2024. No ano ado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 174 casos foram confirmados. A quantidade representou um aumento de 2.075% em comparação aos sete registrados em 2023. "Temos procurado identificar os fatores de risco, tanto os epidemiológicos quanto os sociais. Ainda não podemos apontar uma variável que justifique esse aumento. Trata-se de uma doença com registros em todas as regionais, porém com maior incidência na Centro-Sul", explicou o gerente de Vigilância Epidemiológica da capital mineira, Hoberdan Oliveira.
A doença
De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite A é caracterizada por uma inflamação no fígado, que pode resultar em complicações, especialmente em adultos. A transmissão pode ocorrer por meio do contato com alimentos ou água contaminados por fezes, principalmente em locais com baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal. A transmissão também pode ocorrer por contato pessoal próximo ou por relações sexuais com pessoas infectadas.
A doença, conforme o Ministério, não possui sintomas específicos. Ela pode se manifestar, inicialmente, como fadiga, mal-estar, febre e dores musculares, seguida de enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. Os primeiros indícios costumam surgir entre 15 e 50 dias após a infecção e duram cerca de dois meses. A doença não possui tratamento específico, sendo recomendado evitar a automedicação para alívio dos sintomas, uma vez que os medicamentos não recomendados podem afetar o fígado.
Posicionamentos
Veja a nota do Ministério da Saúde
"O Ministério da Saúde foi notificado sobre o aumento de casos de hepatite A em Minas Gerais e, prontamente, adotou medidas para investigar e conter o surto. Equipe técnica do Ministério da Saúde acompanha a situação junto ao município desde o fim de março, com liberação de mais 6 mil doses da vacina contra hepatite A para o estado.
Entre as recomendações, estão a vacinação de grupos prioritários — como usuários de PrEP, antes sexuais e domiciliares de casos confirmados — e a organização da oferta da vacina em unidades estratégicas. Também foram reforçadas medidas preventivas, como o uso de preservativos, e a capacitação de profissionais de saúde para vigilância e notificação dos casos.
Em maio deste ano, o Ministério da Saúde ampliou, em todo o país, a oferta de vacinação contra contra hepatite A para usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que é a profilaxia medicamentosa utilizada para prevenção de HIV. A iniciativa visa conter surtos na população adulta e atende a uma mudança no perfil epidemiológico da doença. A ampla vacinação de crianças no país levou a uma redução de mais de 95% dos casos nesse público.
A meta é vacinar 80% de todas as pessoas que utilizam a PrEP, que somam atualmente mais de 120,7 mil usuários no Sistema Único de Saúde (SUS). Para receber as doses, é necessário apresentar a receita da PrEP. O local para a vacinação será informado pelos serviços de referência onde cada um é atendido para receber os medicamentos.
A hepatite A é uma inflamação no fígado causada por uma infecção viral, que pode resultar em complicações. A doença tende a ter mais gravidade em adultos do que em crianças. Embora a principal transmissão do vírus seja fecal-oral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou, em 2016, um aumento no número de casos, mesmo em países com baixa endemicidade da doença, relacionado a práticas sexuais. A OMS indica a vacina como estratégia de prevenção.
No Brasil, o aumento de casos de hepatite A por potencial transmissão por sexo foi identificado, pela primeira vez, em 2017 no município de São Paulo. Na época, foram 786 diagnósticos com 2 óbitos confirmados. Outros surtos foram registrados posteriormente, com predominância na população de homens que fazem sexo com homens. Atualmente, cerca de 80% dos usuários da PrEP têm esse perfil. Os surtos foram controlados com ajuda de ações específicas de vacinação."
Veja a nota da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
"A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que tem acompanhado atentamente o aumento de casos de hepatite A no município de Belo Horizonte, em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde e demais instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nesse sentido, a Secretaria intensificou a vigilância das notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), com análises semanais e sensibilização de profissionais de saúde para garantir a notificação oportuna dos casos.
Dentre as ações desenvolvidas destacam-se:
- Reuniões técnicas com as Unidades Regionais de Saúde e os núcleos de vigilância epidemiológica hospitalar;
- Convocação do Centro de Informações Estratégicas em
- Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas), do CIEVS municipal e da Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte para apresentação do cenário;
- Publicação do Alerta Epidemiológico nº 03/2024 do CIEVS-Minas, amplamente divulgado para municípios e Regionais de Saúde;
- Elaboração de nota informativa com orientações sobre prevenção, vigilância e diagnóstico da doença;
- Solicitação de apoio técnico do Programa de Treinamento em
- Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS – Ministério da Saúde), que realizou inquérito epidemiológico no território com foco na caracterização dos casos e fatores de exposição.
Como medida adicional, foi viabilizada, junto ao Ministério da Saúde, a ampliação da vacinação contra hepatite A para usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e para contatos de casos positivos, conforme avaliação da equipe de vigilância em saúde de Belo Horizonte.
A SES-MG segue monitorando o cenário epidemiológico da doença no estado e, ainda no mês de junho, receberá do EpiSUS o relatório das ações desenvolvidas."