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Após dois anos de negociações, Cleitinho descarta filiação ao Novo
Senador mineiro, atualmente filiado ao Republicanos, ainda diz estudar mudança de partido para as eleições de 2026

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) descartou a filiação ao Partido NOVO para disputar as eleições de 2026 após dois anos de negociações com o partido do governador Romeu Zema. As informações foram divulgadas pelo parlamentar à reportagem de OTEMPO após rumores de que ele teria formalizado uma mudança de partido, se filiando ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB).
Cotado na corrida pelo governo de Minas Gerais, no mesmo pleito, Cleitinho itiu ter conversado com Leonardo Avalanche, liderança nacional do PRTB, mas negou ter batido o martelo sobre a sigla que vai representar nas próximas eleições. Segundo o parlamentar, uma reunião com o Avalanche e o deputado federal Euclydes Pettersen, presidente estadual do Republicanos, deve ser realizada ao fim do recesso parlamentar, em fevereiro. A decisão entre as duas siglas, segundo ele, depende de uma possível candidatura à presidência.
Novo está fora da disputa
O partido Novo, representado pelo prefeito de Divinópolis e irmão de Cleitinho, Gleidson Azevedo, também ofereceu uma vaga para o senador. O convite reafirmado pelo presidente estadual da sigla, Christopher Laguna, e por Gleidson ficou nas mãos do senador, que negou a possibilidade de entrar para o partido do governador Romeu Zema.
Cleitinho é "cortejado" pelo Novo há dois anos. Em dezembro de 2023, por exemplo, o senador teve um encontro com o governador Romeu Zema (Novo). Na época, interlocutores do partido disseram a O TEMPO que a sigla tentava ampliar os seus quadros e Cleitinho seria uma peça importante, principalmente pelo alinhamento com pautas de direita, defendidas pelo Novo.
A relação já vem desde o primeiro semestre de 2023, o partido vem sondando o senador. Em junho, o então presidente mineiro da legenda, Ronnye Antunes, teria feito o convite, alegando que um dos motivos seria a proximidade de Cleitinho com o governador Zema. Na época, o senador disse que pretendia permanecer no partido enquanto tivesse liberdade para tomar decisões.
O atual presidente estadual do Novo, Christopher Laguna confirmou a OTEMPO que outro convite foi feito em março de 2024. Segundo ele, a mudança só dependia do senador que, agora, diz ter dado um fim definitivo à novela.
“Zero chances de eu ir para o novo. Não vou entrar lá não. Eu não vou ficar aqui fazendo um rodeio. Se eu for para o novo, onde o Mateus (Simões) está querendo candidatar… tem como ter dois candidatos um partido só? Não tem. Então, é impossível. Não tem jeito”, declarou Cleitinho. Questionado pela reportagem de OTEMPO, Laguna relatou ter mantido "a porta aberta" para o senador, mas que o ime envolvendo a possível candidatura do atual vice-governador, que tem o apoio de Zema, poderia ter pesado na decisão.
“O Zema nunca me apoiou, não vai me apoiar e não tem perfil de apoiar, não. Eu não fico com raiva. Para senador ele não me apoiou, agora vai ficar com o Mateus”, declarou após relembrar que uma fala do governador sobre ele não ter perfil para atuar no Poder Executivo. “Eu tenho amadurecimento para entender isso, não fico morrendo por causa disso. Segue o jogo. Com toda humildade, se ele (Zema) apoiar, ótimo, deixa apoiar, mas eu não vou morrer por causa disso, não, vou atrás é do povo”, completou.
PL também teria sido descartado
Questionado sobre uma possível mudança para o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, Cleitinho se deteve a mencionar que teve conversas com as lideranças da sigla. Em outubro, o senador afirmou que estava "à disposição" para representar Jair Bolsonaro na disputa pelo governo de Minas Gerais, mas negou a intenção de mudar de partido.
Agora, interlocutores próximos ao parlamentar definem a entrada de Cleitinho no PL como "improvável". Ainda no fim de 2024, o senador afirmou estar disposto a não se candidatar para apoiar uma possível candidatura do deputado federal Nikolas Ferreira (PL). A situação de uma candidatura única representando nomes próximos a Bolsonaro não foi mencionada.
PRTB e a presidência
Cleitinho relembrou que Pablo Marçal (PRTB) é a aposta principal para a disputa pela presidência, mas se colocou como possível opção do partido. “Para ser candidato a presidente, lá no Republicanos não tem espaço e lá (no PRTB) eu vou ter. Tendo esse espaço (para disputar a presidência), eu não tenho porque não ir. Para governador, o Republicanos já me dá a vaga. Então, para quê que eu vou sair também?”, pontuou.
“Eu não vejo nunca o partido, eu vejo pessoas. O Avalanche é um cara dez, eu gostei dele. Então, por ele, eu iria (para o PRTB). O Euclydes também é um cara que é igual um irmão para mim, que me deu oportunidade de ser candidato a senador. Foi homem comigo, então tenho gratidão com o Euclydes. Se não tivesse o Euclydes, eu poderia ir. Eu não vou pela ideologia, vou por pessoas. Se eu for para o PRTB, eu vou por causa do Avalanche. Nem sei o que é esse partido, nem sei o número dele”, declarou.
Segundo o parlamentar, a reunião com Avalanche e Pettersen pode também definir uma aliança entre os partidos para o pleito de 2026. “Tem que conversar direito, porque eu tenho um compromisso com o Euclydes, com o negócio do partido. Se eles me quiserem como candidato a presidente, beleza. Às vezes, pode ter um alinhamento do vice para governador vir do PRTB. Então, tem outras alternativas”, apontou Cleitinho.
Questionado sobre a entrada na disputa pela Presidência da República, Cleitinho chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “descondenado” e se colocou no mesmo nível de preparação para o cargo. “Está um ‘descondenado’ na presidência, que não tem nem segundo grau completo, igual eu. Eu estou equiparado. Não tem isso, não. Não tenho crime, tenho todo direito e capacidade de ser. Eu sou humano e honesto, sobre o resto, eu me capacito e me coloco rodeado de pessoas competentes”.