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Lula e Haddad terão que enfrentar resistência do PT para aprovar corte de gastos
Pacote de medidas deve afetar temas caros ao partido, como benefícios sociais e fundos para a saúde e a educação
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará fazer uma costura política com sua base mais fiel no Congresso Nacional para aprovar o pacote de medidas com cortes de gastos, que deve ser anunciado nos próximos dias pelo governo.
As propostas são apontadas pela equipe econômica como uma necessidade em meio às pressões pela alta do dólar e o risco crescente, segundo o mercado financeiro, de crescimento da dívida pública, comprometendo o equilíbrio fiscal. Mas uma ala importante do PT não concorda com essa leitura.
Algumas das principais vozes petistas no Parlamento, como a própria presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), vê com ressalvas a busca do déficit zero pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por considerar que isso limita o investimento na área social e até mesmo na indústria nacional. Foi a contragosto que parte da bancada do PT votou a favor do arcabouço fiscal, em 2023.
Agora, a área econômica do governo pode comprar outra briga com a base petista. A expectativa é que o ajuste de despesas envolva mudanças nas regras para benefícios sociais, como o BPC e o seguro-desemprego, e um remanejamento nas formas de financiar a educação e a saúde públicas.
Presentes desde o início do governo, vozes contrárias à gestão de Haddad devem crescer dentro do PT. Também é esperado que outras siglas de esquerda que compõem a base governista no Congresso, como o PCdoB e o Psol, tenham críticas ainda mais vocais às medidas.
As divergências acabam se refletindo no processo de escolha do próximo presidente do partido, em 2025. O ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva é apontado como um possível nome pelo PT de São Paulo, historicamente com maior influência interna e do qual Haddad faz parte.
Mas a atual presidente, Gleisi Hoffmann, estaria incentivando uma candidatura vinda do Nordeste, segundo conversas de bastidores. Uma alternativa seria o deputado José Guimarães (PT-CE), hoje líder do governo na Câmara.