DENÚNCIA DA PGR

'No meu caso, o juiz apita contra antes do jogo começar', diz Bolsonaro em dia de julgamento no STF 496a17

O ex-presidente publicou o comentário em uma rede social de dentro do plenário da Primeira Turma do STF, de onde acompanha julgamento na primeira fila 3c42q

Por Lucyenne Landim | Hédio Ferreira Júnior
Atualizado em 25 de março de 2025 | 15:19
 
 
Jair Bolsonaro na primeira fila da Primeira Turma do STF, entre seus advogados Celso Vilardi e Paulo Bueno Foto: Gustavo Moreno/STF

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou de ironia em suas redes sociais no dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (PGR) analisa se aceita ou não uma denúncia contra ele por tentativa de golpe de Estado.  

Ao declarar torcida para o Brasil no jogo contra a Argentina na noite desta terça-feira (25), Bolsonaro comentou que no caso dele, “o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar”. Veja abaixo:

“Brasil e Argentina em campo hoje às 21h no Monumental de Núñez. Vamos torcer pelos nossos garotos voltarem com a vitória. Já no meu caso, o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar… e ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só”. 

O comentário foi feito no X, rede do bilionário Elon Musk, às 9h44 desta terça-feira. No momento, o ex-presidente já estava sentado na primeira fila da Primeira Turma do STF, de onde acompanha o julgamento presencialmente.  

A presença de Bolsonaro no STF causou surpresa. O ex-presidente não tinha confirmado de qual local acompanharia o julgamento, mas não indicou, em qualquer momento, que pretendia ir à Suprema Corte. 

Julgamento  2t4d5b

A Primeira Turma do STF analisa, a partir desta terça-feira, se o ex-presidente se tornará réu por tentativa de golpe de Estado. Em fevereiro, Bolsonaro – e mais 33 pessoas – foram denunciadas por cinco crimes pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux se reúnem nesta terça-feira (25) e quarta-feira (26) para decidir se o ex-presidente e outros sete membros do governo dele se tornarão réus na Corte. A abertura da ação penal exige a maioria dos votos do colegiado.  

No total, integram o primeiro grupo da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), chamado de "núcleo crucial", oito pessoas. São elas: 

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República 
  • Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) 
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha 
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça 
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) 
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro 
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa 
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa 

Se aceitar a denúncia apresentada pelo procurador-geral, Paulo Gonet, o STF pode condenar os acusados, após o processo legal, a pelo menos 12 anos e 6 meses de prisão. A condenação máxima pode chegar a 43 anos e quatro meses. Os crimes listados são: 

  • Organização criminosa armada: crime com pena prevista de 3 a 8 anos de prisão. Na denúncia, PGR cita um agravante que pode aumentar a sentença até 17 anos e quatro meses; 
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: pena prevista de 4 a 8 anos de prisão; 
  • Golpe de Estado: pena prevista no Código Penal de 4 a 12 anos de prisão; 
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima: pena prevista de 6 meses a 3 anos de prisão; 
  • Deterioração de patrimônio tombado: pena prevista de 1 a 3 anos de prisão. 

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