-
‘Não somos bandidos’, diz Mourão a Moraes sobre se esconderia de Bolsonaro encontro com ministro
-
Braga Netto jogava vôlei em Copacabana em 8 de janeiro e ficou surpreso com invasões em Brasília
-
Saiba quem são os próximos a depor no inquérito do golpe no STF
-
Prazo para solicitar indenização de acordo de Mariana se encerra segunda-feira
-
Política em Minas e no Brasil - Brasília, Congresso, ALMG, Câmara de BH e os bastidores
Guerra de bonés e gritos sobre Lula e anistia marcam sessão do Congresso com Motta e Alcolumbre
Presidente do Congresso, Davi Alcolumbre cobrou 'oposição mais consciente' e pediu sobriedade aos parlamentares durante a sessão
BRASÍLIA — Embarcados pela estratégia de Sidônio Palmeira com os bonés usados por ministros e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último sábado (1º), deputados de oposição alinhados a Jair Bolsonaro (PL) criaram a própria versão do ório e a levaram para o plenário da Câmara na abertura do Ano Legislativo nesta segunda-feira (3).
O boné de Sidônio Palmeira estampa “o Brasil é dos brasileiros” e também ganhou as cabeças de deputados da base na sessão desta segunda — na cor azul, e agora também no amarelo. À direita da mesa do plenário, a oposição carregava o próprio boné com a frase: “Comida barata novamente; Bolsonaro 2026”, em recado claro indicando o apoio do PL e de aliados à candidatura de Jair Bolsonaro, ainda que inelegível, para a próxima eleição presidencial.
A frase também se refere à alta nos preços dos alimentos no Brasil, e a crítica foi endossada por pacotes de alimentos distribuídos no plenário pelos deputados da oposição. Um deles é uma peça de picanha com a foto do Bolsonaro. O outro é um pacote de café com a foto de Lula e o slogan: “Nem picanha, e nem café”.
Na abertura da sessão solene, a oposição também trocou gritos com a base. Os deputados da direita se manifestavam com pedidos de “Fora, Lula”. Em contrapartida, os parlamentares da base gritavam “sem anistia”, em referência ao Projeto de Lei (PL) que propõe a anistia aos presos do 8 de Janeiro.
As manifestações não foram bem recebidas pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre. Ele pediu 'cordialidade' aos parlamentares. “Primeiro, na defesa do Congresso brasileiro e do respeito a uma sessão tão importante, que, por favor, por gentileza, peço a cordialidade de todos os deputados e deputadas, senadores e senadoras, nesse dia tão importante para a democracia brasileira”, pediu.
Motta e Alcolumbre defendem 'pacificação'
Pedidos de pacificação entre base e oposição pautaram as declarações de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil) na sessão que marcou a abertura do Ano Legislativo no Congresso Nacional, nesta segunda-feira (3).
Eleitos presidentes da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional no último sábado (3), Motta e Alcolumbre endossaram em suas declarações que o momento é de união entre as bancadas e destacaram a necessidade de pautas estruturais nas áreas de educação, saúde, trabalho e segurança.
“A pluralidade de visões e opiniões é natural e salutar dentro da sociedade e do Parlamento. Penso que o nosso esforço deve ser articular os diferentes pontos de vista, por meio de discussões francas dentro do Congresso Nacional”, afirmou Motta.
Alcolumbre optou por uma declaração mais direta e pediu respeito ao diálogo. “Precisamos trabalhar de forma responsável. Uma oposição consciente é necessária. Vamos reencontrar os fundamentos comuns que nos unem, a cordialidade, o respeito mútuo e principalmente o diálogo”, disse sob aplausos.
“Precisamos voltar a ouvir antes de falar, e falar sem agredir. Vamos colocar o bem-estar dos brasileiros acima de nossos preconceitos, de nossas vaidades, de nossos interesses, de nossas conveniências políticas e eleitorais”, concluiu.