CAIXA PÚBLICO

Motta cobra responsabilidade fiscal do governo e diz decisões não podem ignorar situação das contas 3f1n4z

O presidente da Câmara citou travas no cenário fiscal, como taxa de juros, alta do dólar e a inflação e afirmou que Fernando Haddad precisa de 'apoio interno' 4s5f56

Por Lucyenne Landim
Atualizado em 12 de março de 2025 | 12:37
 
 
Hugo Motta afirmou que a Câmara tem sido 'responsável' com medidas econômicas propostas pelo governo Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), cobrou responsabilidade fiscal do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao afirmar que a situação das contas públicas precisa ser considerada na tomada de decisões, inclusive no campo social.  

Ele afirmou que usará um espaço de “diálogo franco” da Câmara com o Palácio do Planalto para deixar sua posição clara. A fala foi feita nesta quarta-feira (12) em evento do grupo empresarial Lide com o Correio Braziliense. 

"Não dá mais para afastar decisões do governo da responsabilidade com relação às despesas, aos gastos públicos. Nós precisamos sim pontuar que não será possível produzir uma política de evolução social com a inflação descontrolada, com a taxa de juros subindo a cada reunião do Copom [Comitê de Política Monetária], com o dólar batendo os níveis que infelizmente vem batendo, com o cenário internacional desafiador depois da eleição do novo presidente americano”, disse. 

Segundo Motta, o cenário “obriga que o Brasil seja cada vez mais eficiente, porque ao final nós vamos, se não entrarmos em uma agenda de responsabilidade, ter um período de muita dificuldade com essas taxas descontroladas e com a população sendo penalizada”. 

Ele declarou que a Câmara dos Deputados age com “muita responsabilidade” e aprovou, nos últimos anos, medidas econômicas financiadas pelo governo para o controle fiscal. Mas que, ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa de "apoio interno".

Motta defendeu a construção de convergência entre partidos para evitar o gasto de energia em discussões que não têm resultado positivo ou não refletem mais a atual realidade do país, assim como “agenda de radicalismos ou de enfrentamentos vazios”.

Nessa lista, ele colocou a busca pela eficiência da máquina pública. De acordo com ele, o Congresso Nacional precisa entrar neste debate para fazer com que as entregas possam ser feitas com um custo menor. Um dos caminhos, na visão de Motta, é o uso da tecnologia.  

“Não dá mais para pensar na máquina pública do tamanho que ela é, como se nós estivéssemos em um Brasil de 20 anos atrás. Se nós não acompanharmos essa modernização, nós vamos nos tornar um país arcaico”, afirmou. 

Ele indicou que o debate pode ar por deixar nas mãos do setor público setores essenciais, como saúde, educação e segurança, e abrir espaço para que a iniciativa privada “explore” outras áreas sem o governo seja "um ponto burocrático e onde se atrapalha mais do que se ajuda”.