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Deputados mineiros devem comandar, pelo menos, quatro comissões da Câmara em 2025
Presidente da Câmara, Hugo Motta, reúne líderes nesta terça-feira (18) para definir distribuição das comissões, que serão instaladas na quarta-feira (19)
BRASÍLIA — A reunião do colégio de líderes da Câmara dos Deputados com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça-feira (18), encerrará as negociações dos partidos pelas 30 comissões disponíveis.
A perspectiva é que deputados eleitos por Minas Gerais assumam as presidências de, pelo menos, quatro colegiados em 2025 — um deles, a Comissão de Saúde, com o maior orçamento do Legislativo. A instalação das comissões pode começar ainda na terça-feira, 45 dias depois do início do ano legislativo, e, até lá, os partidos mantêm as movimentações no tabuleiro à caça dos cargos mais vantajosos.
As últimas costuras indicam que o Partido Liberal, responsável pela maior bancada da Câmara, assumirá as comissões de Relações Exteriores e de Saúde. A segunda será entregue a Zé Vitor (PL-MG) ou a Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG).
A cadeira é estratégica pela quantidade de recursos que ali am, principalmente neste ano que antecede o período eleitoral. A presença da oposição na liderança da comissão pode, ainda, ser estratégica para pôr em xeque a atuação do ministro Alexandre Padilha, que recém-assumiu o Ministério da Saúde.
O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos mais atuantes nessas articulações que antecedem a distribuição das comissões. O líder da sigla na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), concentra esforços para impedir que o PL assuma colegiados importantes para o Palácio do Planalto, como o dos Direitos Humanos. Inicialmente, o PT quer a Comissão de Educação, que, no ano ado, esteve nas mãos do mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG).
Entretanto, os petistas estão dispostos a abdicar da Educação em um acordo com o União Brasil que garantiria ao PT a Comissão de Finanças e Tributação e a Comissão de Direitos Humanos. Ainda nesse cálculo, o União teria garantido à bancada do PT que, ao assumir a Comissão de Constituição e Justiça, optaria por indicar à presidência um deputado que não seja bolsonarista.
Apesar das incertezas, fato é que o partido planeja indicar o deputado Rogério Correia (PT-MG) para a presidência de uma de suas comissões — a tendência é que ele assuma ou a Educação, ou as Finanças e Tributação, segunda comissão mais importante da Câmara, atrás apenas da CCJ.
A Comissão de Minas e Energia, a princípio, será entregue ao PSD. Desde o mês ado, o partido declarou o interesse em indicar o deputado Diego Andrade (PSD-MG) para o cargo. A avaliação de políticos da bancada mineira é que Diego mantém uma boa relação com o ministro de Minas e Energia, o também mineiro Alexandre Silveira, que coleciona críticas de deputados do Centrão e da oposição.
Outro partido que pretende indicar um mineiro para presidir comissão é o PRD, liderado na Câmara por Fred Costa (MG). A tendência é que o deputado Dr. Frederico (PRD-MG) assuma a comissão que for entregue à sigla. Como uma das menores bancadas do Legislativo, o PRD é um dos últimos a poder escolher qual comissão deseja; assim, o partido acaba herdando aquela que sobrar.
Cenário parecido é o do Avante, hoje liderado por Luís Tibé (MG). Três dos quatro deputados do partido na Câmara são de Minas Gerais; então, a tendência é que a comissão do Avante seja entregue a um mineiro. Se esse cálculo se confirmar, Minas Gerais terá, então, pelo menos cinco deputados em comissões.
Até agora, nenhum desses partidos cotou uma mulher eleita por MG para presidir comissão. O PSOL deseja as comissões de Legislação Participativa e de Povos Originários; a tendência é que elas sejam entregues aos deputados Chico Alencar (RJ) e Célia Xakriabá (MG) — que, se confirmar a distribuição, será a única deputada mineira a presidir uma comissão.
Em 2024, seis colegiados da Câmara dos Deputados foram presididos pelos mineiros; apenas um deles, a Comissão de Educação, pertence à prateleira de cima do corredor das comissões. Além de Nikolas Ferreira na Educação, os deputados de Minas Gerais também presidiram:
- Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação: Nely Aquino (Podemos-MG);
- Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher: Ana Pimentel (PT-MG);
- Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa: Pedro Aihara (PRD-MG);
- Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência: Weliton Prado (Solidariedade-MG);
- Comissão de Viação e Transportes: Gilberto Abramo (Republicanos-MG).
PL não abdica de Comissão de Relações Exteriores para Eduardo Bolsonaro
Irredutível, a bancada do PL não abdicará da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, e as articulações nos bastidores indicam que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assumirá a presidência do colegiado em eleição na terça-feira (18).
Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e a retenção do aporte dele por definição da Justiça Brasileira, Eduardo Bolsonaro é o principal representante do pai no circuito da direita nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa.
O deputado transita entre lideranças radicais e mantém diálogo com Steve Bannon, estrategista de Donald Trump, e o argentino Javier Milei. É também Eduardo quem articula a edição brasileira do AC, uma conferência internacional que reúne figuras do espectro mais conservador.
As movimentações do deputado não se restringem aí. Ele lidera um ataque da oposição brasileira em território norte-americano à caça de apoio para Jair Bolsonaro contra as ações que ele enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF). Internamente no partido, Eduardo Bolsonaro é cotado para substituir o pai na eleição de 2026.
O PL detém a maior bancada da Câmara dos Deputados com 93 parlamentares. Um acordo firmado no início da legislatura garante que o partido com mais representatividade seja o primeiro a pedir a comissão que preferir no início de cada ano — o acordo também prevê, por exemplo, uma rotatividade para evitar que um partido ocupe uma comissão por mais de um ano.
O primeiro a pedir é, portanto, o PL. Neste ano, o partido mirou diretamente a Comissão de Relações Exteriores.