BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã deste sábado (14), o general da reserva Walter Braga Netto. O mandado foi cumprido no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, que tem 40 pessoas indiciadas - entre elas, o militar. De acordo com a instituição, a prisão foi efetivada por obstrução à Justiça.
Ele foi preso em sua casa em Copacabana, no Rio de Janeiro. Depois da prisão, ele foi levado para a Superintendência da PF no Rio e, por ser militar, será entregue ao Comando Militar do Leste para ficar sob custódia do Exército. No mesmo local, agentes fizeram busca e apreensão. Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. De acordo com as investigações, a trama consistia em um decreto para manter Bolsonaro no poder.
Dessa forma, impedir a posse da chapa eleita no pleito: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin(PSB). Antes das eleições, Braga Netto foi ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro.
Ao todo, foram cumpridos, neste sábado, quatro mandados. Além da prisão preventiva de Braga Netto, há dois de busca e apreensão e uma medida cautelar, que tem ações restritivas diferentes da prisão, "contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal".
O outro alvo foi o coronel da reserva Flávio Peregrino, assessor de Braga Netto desde o governo Bolsonaro.
A PF informou que "as medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas" apontadas no inquérito. Os mandados foram cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF), com o apoio do Exército Brasileiro.
A PF indiciou 40 pessoas na trama que teria atuado para instaurar o golpe de Estado em 2022. Na lista, além de Braga Netto, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e nomes de seu entorno. Há, também, militares.
O relatório da PF com as informações foi enviado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve analisar se oferece denúncia sobre o caso. Caso decida que sim, os indiciados podem se tornar réus.
A casa de Braga Netto, em Brasília, foi usada como local de reunião pelo grupo que discutia a trama. Agentes da PF também descobriram que, em meio à tentativa de golpe, militares das forças especiais do Exército, chamados de "kids pretos", planejaram o homicídio de Lula, Alckmin e Moraes.
Foram indiciados pela PF em 21 de novembro 37 pessoas envolvidas na tentativa de golpe identificada nas investigações. Em 11 de dezembro, mais três pessoas foram indiciadas, completando a lista com 40 nomes. Veja todos abaixo:
Todos foram indiciados pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.