BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram alguns dos principais destaques do noticiário político desta semana em Brasília, em acontecimentos que deixam incertezas para lideranças do governo e da oposição visando 2025.
Veja o que de mais importante aconteceu nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nos últimos dias.
Após semanas de reuniões e imes internos, a equipe econômica do governo Lula anunciou o esperado pacote de ajuste fiscal, buscando zerar o déficit nos próximos anos. O conjunto de medidas, que terá de ar pelo Congresso Nacional, se baseia em três eixos centrais.
A proposta altera a política de valorização do salário mínimo, uma das principais bandeiras do presidente Lula. Hoje, ele é reajustado pela inflação mais o crescimento do pib no ano anterior. Se for aprovada a nova regra, a a se enquadrar no arcabouço fiscal, que limita o crescimento de qualquer despesa a 2,5% acima da inflação.
O abono salarial, pago a quem recebe até dois salários mínimos, teria o limite de renda fixado em R$ 2.640 para se ter o ao benefício, até que esse valor fosse equivalente a 1,5 salário mínimo.
Já o bolsa família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) teriam regras um pouco mais rígidas contra fraudes. Pessoas com cadastros desatualizados há dois anos teriam que se cadastrar novamente, inclusive com biometria.
Um dos pontos mais polêmicos é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida vem acompanhada de uma taxação mínima para aqueles com renda acima de R$ 50 mil. Segundo o governo, isso garante que a isenção não provocará um rombo nas contas públicas.
O governo ainda pretende impor uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares e extinguir a pensão para parentes de militares expulsos das forças armadas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da investigação que mira uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e enviou o caso para a Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se oferece denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 indiciados pela Polícia Federal.
De acordo com o relatório da PF, há oito elementos de provas de que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de forma direta na execução de um plano criminoso que buscava impedir a posse de Lula.
Um dos documentos encontrados é um manuscrito chamado “Operação 142”, de autoria do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice em 2022. O plano incluiria ações como “interrupção do processo de transição”, “mobilização de juristas e formadores de opinião” e “enquadramento jurídico do decreto 142 da Constituição”.
Nesta quinta-feira (28), Jair Bolsonaro fez um apelo ao STF por “anistia” e não descartou buscar exílio em alguma embaixada estrangeira do país.
Ainda nesta semana, o STF decidiu, por 9 votos a 2, manter a prisão do ex-jogador Robinho. O ex-atleta foi condenado pela Justiça da Itália a nove anos de prisão pelo estupro de uma mulher albanesa durante uma festa em Milão, em 2013. Ele nega as acusações.
Além disso, por unanimidade, o Supremo manteve a validade da exibição de símbolos religiosos, como crucifixos, em prédios públicos e unidades de atendimento. Os ministros entendem que trata-se de uma manifestação cultural que não viola o princípio do Estado laico.
No Senado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (I) das Bets aprovou a convocação do cantor Gusttavo Lima, obrigando o sertanejo a prestar depoimento. O influenciador Felipe Neto foi alvo de um convite, ou seja, ele pode se recusar a comparecer
Os depoimentos ainda serão marcados. Gusttavo Lima é alvo de uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco pelo suposto envolvimento em crime de lavagem de dinheiro com casas de aposta online.
Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou a proibição do aborto no Brasil. O texto foi debatido na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inviabiliza, inclusive, os casos de interrupção da gravidez permitidos em lei.
A PEC deve, agora, ser encaminhada para uma comissão especial. Se também receber o aval dos deputados no colegiado, precisará ainda ser votada pelo plenário.