TROCA

Com licença de Eduardo Bolsonaro, PL indicará líder da oposição para Comissão de Relações Exteriores

O indicado será o deputado Zucco, que integra a ala ideológica da direita e tem relação de proximidade com Jair Bolsonaro

Por Lucyenne Landim
Atualizado em 18 de março de 2025 | 13:25

BRASÍLIA - O afastamento de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) do mandato de deputado federal para ficar nos Estados Unidos não irá afastar o PL do comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O colegiado continua sendo prioridade de escolha da bancada. O indicado, agora, será o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS).

O anúncio foi feito por Eduardo no vídeo em que anuncia sua licença, publicado em suas redes sociais nesta terça-feira (18), e confirmado por Zucco, que integra a ala ideológica da oposição e mais alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Por meio de nota, Zucco disse que recebeu o convite para o colegiado por Eduardo e que a escolha de seu nome foi endossada por Jair Bolsonaro. 

“Como bom soldado que sempre fui, recebo a indicação do meu nome como uma missão a ser cumprida. A mais importante, diga-se de agem, diante do estado de coisas que vive o Brasil. No entanto, vou aguardar a definição da distribuição das comissões por parte da presidência da Câmara dos Deputados para que possa falar de forma oficial sobre o tema”, declarou.

A indicação para as presidências das comissões será oficializada em uma reunião marcada para começar às 14h entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários. As indicações do PL serão feitas pelo líder da bancada, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ). 

PL na Comissão

A polêmica sobre a entrega da Comissão de Relações Exteriores ao PL gira em torno das recentes idas de Eduardo aos Estados Unidos. Com Jair Bolsonaro inelegível por duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com o aporte retido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo se tornou o principal representante do pai entre líderes e grupos da direita nos Estados Unidos, na América do Sul e na Europa. 

O parlamentar transita entre lideranças de direita e mantém diálogo com Steve Bannon, estrategista de Donald Trump, e o argentino Javier Milei. É também Eduardo quem articula a edição brasileira do AC, uma conferência internacional que reúne figuras do espectro mais conservador. 

Além disso, ele lidera uma frente da oposição brasileira em território norte-americano em busca de apoio para Jair Bolsonaro contra as ações que ele enfrenta no Supremo. Internamente no partido, Eduardo Bolsonaro é até mesmo cotado para substituir o pai na eleição de 2026. 

O PT tentou barrar a indicação dele para o comando do colegiado e negociar um nome que não fosse da ala ideológica da oposição, mas não tinha tido sucesso na articulação. A bancada ainda não se manifestou sobre a indicação de Zucco para o cargo. 

Licença de Eduardo 

No vídeo em que anuncia seu afastamento, Eduardo Bolsonaro frisou que buscará punições para o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de ações que miram especialmente seu pai. 

"Alexandre, a minha meta de vida será fazer você pagar por toda a sua crueldade com pessoas inocentes. Estarei focado integralmente nesse objetivo. Só retornarei [ao Brasil] quando você estiver devidamente punido pelos seus crimes, pelo seu abuso de autoridade", declarou.